Rei da Química


Processo desenvolvido por empresa líder na área de metrologia provocará aumento de receita.


Matéria publicada na Revista Empreendedor de Dezembro de 2007 por Marco Britto. 

O ano de 2008 promete ser marcado por um grande salto na história da Quimlab, empresa da área de química fina localizada em Sâo José dos Campos (SP). Ela acaba de patentear o processo de fusão da poliacrilonitrila, identificada pela sigla PAN. 

A substância utilizada na fabricação de fibra acrílica, aproveitada principalmente na fabricação de cobertores e pelúcias, até então era impossível de fundir, pois ao entrar em combustão tornava-se inutilizável, como acontece com o PVC. Em tempos de desenvolvimento sustentável, o processo tem a qualidade essencial: torna a PAN um recurso renovável. "O processo vai tornar esse plástico reciclável, pois possibilita retorná-lo ao estado original, podendo ser investido em qualquer outro material, como sacos de lixo e embalagens", conta Nilton Alves, pesquisador e fundador da Quimlab. 

A empresa aposta todas as fichas nessa experiência, e a expectativa é de que no futuro próximo a PAN poderá assumir aplicações tecnológicas importantes, como na fabricação de fibra de carbono, por exemplo. 

Usada em fuselagens e materiais estruturais de aviões, esse material não é produzido no Brasil e tem exportação controlada pelos Estados Unidos após o 11 de setembro, pela questão de uso militar. 

De acordo com Alves, a tecnologia da Quimlab vai permitir a fabricação de inúmeros ítens que utilizam fibra de carbono, num processo 50% mais barato em relação ao utilizado oje em todo o mundo. 

Entre outros produtos que poderão ser gerados a partir da PAN, estão canos, garrafas, engrenagens e painéis de carro. 

Sintonizado com as tendências de mercado, o projetoem torno da PAN tem ainda um trunfo: é baseado na glicerina, um insumo não tóxico e um dos subprodutos da fabricação do biodiesel. "Há alguns anos, custava R$ 20 o quilo, e hoje compramos por cerca de R$ 0,50. É um destino nobre para a sobra do biodiesel", argumenta Alves. 

Inicialmente, o processo de fusão da PAN será utilizado na fabricação de fibra acrílica, numa parceria com a Radici Fibras, empresa de São José dos Campos. 

Como o processo está patenteado, a Quimlab pretende incrementar sua receita com o recebimento de royalties pela utilização da tecnologia "Esperamos um incremento de R$ 10 milhôes no primeiro ano, só do mercado de fibra acrílica", revela. 

Atualmente, a empresa é a única do Brasil à qual as indústrias que precisam calibrar quaisquer tipos de medidores químicos podem recorrer. A Quimlab fornece padrões metrológicos que dispositivos especiais utilizam para fazer a leitura química correta de substâncias, como o pH da água ou se a qualidade do leite está dentro do permitido para a comercialização. 

Desfrutando desta posição privilegiada, a filosofia da empresa se diferencia um pouco da usual no mercado, como conta Alves: 

"Nós nunca vamos até o cliente. Divulgamos os produtos, e nosso cliente chega até nós pela necessidade específica". A solidão no caso da Quimlab, é sadia. Dominando seu mercado com vantagens em relação aos concorrentes estrangeiros, a empresa reina absoluta em seu ramo. 

Para ler o artigo na íntegra, siga este link: 
Publicação Digital

Copyright 2002 © Quimlab Química & Metrologia. Todos os direitos reservados.