Das diversas contribuições de Mendeleev à Química, apesar de não ter descoberto nenhum elemento,
podemos mencionar que previu diversos deles, inclusive com suas propriedades físicas e químicas. Sua tabela tinha
lacunas entre os elementos Silício e Estanho e ao elemento faltante chamou de Ekasilício que depois foi descoberto e
denominado Germânio. Além deste, havia outra lacuna após o elemento Alumínio e ao elemento faltante chamou de
Ekaalumínio, que depois de descoberto foi chamado de Gálio. O Escândio também foi previsto por Mendeleev, tendo
sido chamado por este de Ekaboro.
Com a Tabela Periódica dos Elementos Químicos de Mendeleev, algumas perguntas sobre a constituição de
nosso universo material começavam a ser respondidas pelos Químicos, como quais eram as substâncias simples que
o constituía. Com esta tabela pode-se ter certeza pela primeira vez que a matéria não era constituída de um único
elemento como acreditavam Tales, Anaxímenes e Heráclito, ou de quatro elementos como supunha Aristóteles, e nem
de um número infinito deles, e sim de aproximadamente uma centena.
Passou desapercebida por Mendeleev em sua tabela, uma família inteira de elementos químicos gasosos
que além de serem não reativos e se encontrarem em pequenas concentrações no ar atmosférico, somente puderam
ser descobertos, espectroscopicamente, no final do século XIX por William Ramsay (1852-1916). Ramsay descobriu a
família inteira de gases nobres como o Hélio, o Neônio, o Criptônio e o Xenônio.
Um passo importante para a complementação dos elementos químicos ainda a serem descobertos foi dado
pelo francês Antoine Henri Becquerel (1852 -1908), que descobriu a radioatividade no elemento Urânio. A descoberta
desta propriedade do Urânio e da capacidade de como medi-la permitiu a diversos cientistas descobrirem outros
elementos presentes em quantidades diminutas nos minerais radioativos, como o Rádio, o Polônio, o Actínio, o
Protactínio e o Radônio.
Para finalizar, após a descoberta dos dois últimos elementos naturais estáveis, o Háfnio em 1923 e o Rênio
em 1925, só restava a possibilidade de novos elementos serem descobertos pelo emprego da fissão nuclear prevista
por Enrico Fermi (1901-1954) e obtida conjuntamente por Lise Meitner (1878-1968), Otto Hahn (1879-1968) e Fritz
Strassmann (1902-1980) ou pela utilização do ciclotron inventado por Ernest Lawrence (1901-1958) em 1929, que
permitiu em 1937 a descoberta do Tecnécio, o primeiro elemento sintetizado pelo homem. Hoje a Tabela Periódica conta
com 118 elementos, mas oficialmente somente 113 são reconhecidos atualmente pela Comissão Internacional de
Química Pura e Aplicada (IUPAC), já que para muitos dos elementos chamados Transurânicos e para todos os
Transférmicos, poucos átomos foram obtidos com "meia-vidas" extremamente curtas e propriedades físicas e químicas
incapazes de serem determinadas com precisão.