As diversas substâncias químicas que podem ocorrer na água podem ser de origem natural ou antropogênica devido as atividades industriais e agrícolas.
Independente de sua origem elas podem ser tóxicas ou não e por isso os seus limites são estabelecidos por diversas legislações, sejam para lançamento
de esgotos ou consumo de humanos e animais (potabilidade).
Águas salobras que permitem a vida marinha não são apropriadas para consumo humano devido principalmente ao teor de cloreto de sódio de aproximadamente
35 g/L como na água marinha. Outras águas classificadas como minerais podem apresentar substâncias que em elevadas concentrações são tóxicas como o
fluoreto e iodo, mas que em baixas concentrações são importantes para o funcionamento do organismo.
Outras substâncias que são naturalmente ausentes na água como pesticidas e agrotóxicos, devido a contaminação em decorrência da agricultura , apresentam
limites bastante baixos geralmente na ordem de μg/L (ppb). Neste sentido as legislações de água são baseada nas concentrações de:
. Substâncias e elementos químicos naturalmente presentes na água. Ex. cálcio, sulfato, alumínio, ferro, cloreto, etc...
. Substâncias químicas perigosas como os agrotóxicos Ex: glifosato, aldrin, DDT, BHC, etc..
. Substâncias químicas usadas ou formadas em processo de tratamento e desinfecção da água.
Ex: Trihalometanos, bromato, clorito, cloramina, etc...
. Substâncias químicas inorgânicas conhecidamente tóxicas. Ex: cianeto, cádmio, chumbo, fluoreto, mercúrio, cromo hexavalente, etc...
. Substâncias químicas orgânicas conhecidamente tóxicas. Ex: fenol, benzeno, estireno, benzopireno, etc...
Ver padrões de potabilidade da Portaria 518 no final deste Guia.
Apesar de somente umas poucas substâncias apresentarem regulamentações, não quer dizer que as outras são permitidas ou não são tóxicas.
O recomendável é que substâncias que não são típicas de água, produzidas em atividades humanas não sejam encontradas e se o forem seus
níveis devem ser extremamente baixos.
O Alumínio (Al) é o segundo elemento do grupo 13 da tabela periódica, tem número atômico 13, massa atômica de 26,981 e valência 3, sendo sua
abundância na crosta terrestre de aproximadamente 8,1%.
No solo pode variar de 0,9 a 6,5%; na água de rios até 0,4 mg/L; na água subterrânea sua concentração é < 0,001 mg/L; na água do mar é
0,005 mg/L. Água potável que geralmente é obtida por processos que empregam sais de alumínio, como o sulfato, devem apresentar concentrações
menores que 0,2 mg/L.
Sua concentração na água é fortemente determinada pelo pH, sendo solúvel em pH ácidos ficando na forma do cátion Al3+ e em pH alcalinos como o
ânion complexo Al(OH)4-.
Portanto em pH neutro, seus compostos são praticamente insolúveis o que explica sua baixa concentração na água, mesmo sendo um dos elementos mais
abundantes na crosta terrestre. O aumento da concentração de alumínio na água pode também estar associado com o período de chuvas e, portanto, com
a alta turbidez.
É um elemento não essencial para plantas e animais, mesmo assim sua concentração no corpo humano é de 0, 9 mg/kg . Concentrações acima de 1,5 mg/L
são tóxicas e perigosas a vida marinha e níveis abaixo de 0,2 mg/L apresentam baixo risco.
Existe um risco possível de estar associado a danos no tecido cerebral ao a doença de Alzheimer.
A EPA (USA) adota para água potável um limite máximo de 0,2 mg/L que é semelhante ao da Portaria 518 do Ministério da Saúde.
Antimônio (Sb) é o quarto elemento do grupo 15 da tabela periódica, tem número atômico 51, massa atômica de 121,75 e valências de 3 e 5.
A abundância média de Sb na crosta da Terra é de 0,2 ppm; em solos é 1 ppm; nos córregos é 1 μg / L, e em águas subterrâneas é
<0,1 mg / L. Antimônio é encontrado às vezes nativo, mas mais comumente como Estibinita (Sb2S3).
É usado em ligas de chumbo em baterias, projeteis, ligas de solda, pirotecnia, semicondutores, na fabricação de tipos de impressão
e em catalisadores para produção de PET. As espécies comuns aquosa são SbO2-, HSbO2 e complexos com carbonato, sulfato e tartarato.
Seus sais são muito facilmente hidrolisáveis em água formando oxi-sais insolúveis e por isso é muito raro a presença de antimônio em água
potável. Os sais solúveis de antimônio são tóxicos mas alguns são usados em medicina para tratamento da Leishmaniose.
Aespecificação para potabilidade é no máximo 0,005 mg/L pela Portaria 518 do MS.
Arsênio (As) é o terceiro elemento do grupo 15 da tabela periódica, tem um número atômico 33, um massa atômica de 74,92 e valências 3 e 5.
Sua abundância média na crosta terrestre é de 1,8 ppm; em solos é 5,5-13 ppm; em córregos é menos de 2 μg/L, e nas águas subterrâneas é
geralmente inferior a 100 μg/L. Ocorre naturalmente em minerais sulfetados como a pirita.
O arsênico é usado em ligas com chumbo, em baterias e em munição. Os compostos de arsênio são amplamente utilizados em pesticidas e conservantes na
madeira. O arsênio não é essencial para as plantas, mas é um elemento traço essencial em várias espécies animais.
A forma predominante na forma oxidada entre pH 3 e pH 7 é H2AsO4-. Entre pH 7 e pH 11 é HAsO4²-.
Sob condições redutoras é HAsO2 (aq) (ou H3AsO3).
Arsênio aquoso na forma de arsenito, arseniato e arseniacais orgânicos podem resultar da dissolução de minerais, descargas industriais ou a
aplicação de pesticidas.
Envenenamento grave pode surgir a partir da ingestão de pequenas quantidades como 100 mg de trióxido de arsênico;
feitos crônicos podem resultar do acúmulo de compostos de arsênio no organismo em níveis baixo de consumo.
Propriedades cancerígenas também têm sido imputadas a compostos de arsênio. A toxicidade do arsênio depende da sua forma química.
Arsenito é muitas vezes mais tóxico que o arsenato. Para a proteção da vida aquática, a concentração média de As³+ na água não deve exceder
72μg/L e a máxima não deve exceder 140μg/L.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda nível máximo para águas de irrigação de 100 μg/L.
A especificação para potabilidade é 0,01 mg/L pela Portaria 518 do MS.
Bário (Ba) é o quinto elemento do grupo 2 da tabela periódica. Seu número atômico é 56 e sua massa atômica é 137,33.
Sua valência em todos os compostos é +2. A abundância média do Ba na crosta da Terra é de 390 ppm; em solos é 63-810 ppm; em córregos é
10 mg/L; nos USA sua concentração em água potável é de 49 μg/L; em água subterrâneas pode variar de 0,05 a 1 mg/L .
Seus principais minerais são a barita (BaSO4) e a witherite (BaCO3).
O bário é usado em lamas de perfuração de poços de petróleo, contrastes radiológicos, pigmento branco na industria de papel, fibras
e plásticos, na industria de vidros, em pirotecnia para dar chama de coloração verde e em venenos de ratos.
A solubilidade de bário em águas naturais é controlada pela solubilidade do BaSO4 que é a forma mais comum em virtude de ser um dos sais
mais insolúveis de bário.
A solubilidade do BaSO4 é de 2,5mg/L a 20ºC mL e como o ânion sulfato é comum em água, esta solubilidade acaba se
reduzindo ainda mais.
Concentrações superiores a 1 mg/L são perigosas a vida marinha. A especificação para potabilidade é 0,7 mg/L pela Portaria 518 do MS.
O Berílio (Be) é o primeiro elemento do grupo 2 da tabela periódica e possui número atômico 4.
Sua massa atômica é de 9,01 e estado de oxidação de 2.
A abundância média do Be na crosta da Terra é de 2 ppm; em solos é 0,8-1,3 ppm; em córregos que é de 0,2 μg/L, em água potável dos EUA e
nas águas subterrâneas sua concentração é <0,1 μg/L.
O Berílio ocorre na natureza em depósitos de berilos em rochas graníticas. Berílio é usado em ligas de alta resistência com o cobre e o
níquel, em janelas em tubos de raios X e como moderador em reatores nucleares. Solubilidade do berílio em águas naturais é controlado pela solubilidade do hidróxido de berílio.
A solubilidade em pH 6 é cerca de 0,1 μg/L. Não é essencial para plantas e animais sendo inclusive tóxico e ocasionando a doença
pulmonar grave chamada berilose que afeta principalmente lapidadores de pedras.
Para espécies de água doce a toxicidade aguda ocorre em 130 μg/L e crônica em 5 μg/L.
A agência FAO da ONU recomendada nível máximo para as águas de irrigação é de
100 μg/L .
Nos USA a EPA estabelece um limite máximo de 4 μg/L para a água potável. No Brasil não existe regulamentação para o Berílio em água.
Bismuto (Bi) é o quinto elemento do grupo 15 da tabela periódica. Possui número de 83 e massa atômica de 208,98.
Suas valências principais são 3 e 5. A abundância média de Bi na crosta terrestre, em 0,08 ppm; em córregos é <0,02 mg/L, e em águas
subterrâneas é <0,1mg/L.
Bismuto ocorre em associação com minérios de chumbo e prata, ocasionalmente como elemento nativo. O 210Bi, 212Bi e
214Bi são radioisótopos naturalmente produzidos pelo decaimento do urânio e tório.
O metal é usado em ligas de chumbo, estanho e cádmio e em alguns produtos farmacêuticos na forma de carbonato, subgalato e salicilato de
bismuto, principalmente e afecções estomacais.
Não parece ser um elemento essencial a animais e plantas, mas também não é tóxico. Sua concentração em água natural é baixa em virtude do
Bi3+ ser altamente hidrolisável em pH neutro.
Íons complexos podem ser formados em meio alcalino e com nitrato o que aumenta sua solubilidade em água. Os compostos de iodeto e telureto
são tóxicos por ingestão ou inalação.
Não existe regulamentação para Bismuto em água nem no Brasil e USA.
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Boro (B) é o primeiro elemento do grupo 13 da tabela periódica, possui número atômico 5 e massa atômica de 10,81.
Seu estado de oxidação principal é 3. A abundância média do boro na crosta da Terra é de 9 ppm; em solos é 18-63 ppm; em córregos que é
de 10 μg/L e em águas subterrâneas sua concentração é de 0,01 a 10mg/L.
Seu mineral mais importante é o bórax, que é usado na preparação de vidros resistentes ao calor (Pyrex), detergentes, esmaltes, porcelana,
adubos e fibra de vidro. A forma mais comum de boro em águas naturais é como boratos (BO3 3-).
Embora o boro é um elemento essencial para o crescimento das plantas, em excesso acima de 2,0 mg / L na água de irrigação, é deletério para
determinadas plantas. Outras plantas pode ser afetado adversamente por concentrações baixas como 1,0 mg / L.
Água potável raramente contêm mais de 1 mg /L de Boro e geralmente menos de 0,1mg/L, que são concentrações consideradas inofensivas para o
consumo humano.
Água do mar contém cerca de 5 mg / L de boro e este elemento é encontrado em estuários e salina em associação com outros sais marinhos.
A ingestão de grandes quantidades de boro pode afetar o sistema nervoso central. Ingestão prolongada pode resultar em uma síndrome clínica
conhecida como borismo.
O padrão de potabilidade de água para o Boro não é fixado pela Portaria 518 do MS, mas apresenta um valor máximo
de 5 mg/L em efluentes pelo Art.1 do CONAMA 397.
Bromo (Br) é o terceiro elemento do grupo 17 da tabela periódica e possui número atômico 35 e massa atômica de 79,904.
Suas valências mais comuns em meio aquoso são 1, 3 e 5. A abundância média do Br na crosta da Terra é de 3 ppm; em córregos é de 20 μg/L e
na água do mar é de 67 mg/L.
Parece ser um elemento traço essencial aos animais e plantas por ser encontrado em algas vermelhas e no pigmento de moluscos conhecido como
púrpura real. Sua concentração no corpo humano é estimada em 3 mg/kg.
Seus principais ânions encontrados em água:
Brometo (Br - )
Brometo ocorre em diferentes quantidades em águas subterrâneas e superficiais nas zonas costeiras como um resultado da intrusão da água do
mar e precipitação por spray marinho.
O conteúdo de brometo de águas subterrâneas e córregos também pode ser afetado pela infiltração.
Industriais e descargas de salmoura
de campo de petróleo podem contribuir para a contaminação de fontes de água.
Em circunstâncias normais, o conteúdo de brometo na água potável é pequeno, raramente superior a 1 mg/L. Mesmo os níveis <100μg/L
podem levar à formação de bromato ou subprodutos bromados em águas desinfectadas por ozônio (O3) ou cloro (Cl2).
Não existe regulamentação para Br em água potável ou de lançamento no Brasil.
Bromato (BrO3-)
O ânion Bromato é naturalmente ausente na água por ser uma espécie oxidante. É formado principalmente quando a água potável contendo
pequenas concentrações de brometo é desinfetada para matar as bactérias e outros microorganismos.
O principal processo de desinfecção da água que leva a formação de bromato é o tratamento com ozônio (ozonização). Mas também pode ser
formado por fotoativação quando a água é clorada em presença de luz solar como ocorreu em Los Angeles em 2007 quanto houve grande contaminação
de dois reservatórios com a perda de 2,3 milhões de m3 e 4 meses para descontaminação.
O Bromato é prejudicial em doses elevadas. Estudos de doses muito baixas em animais mostraram que o bromato pode causar câncer.
Esses estudos também mostraram que o bromato pode causar mutações em genes ou cromossomos. Em seres humanos, os efeitos dos baixos níveis de
bromato na água potável não são bem compreendidos.
O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da Saúde para o Bromato é
de no máximo 0,025 mg/L.
Cádmio (Cd) é o segundo elemento do grupo 12 da tabela periódica, tem um número atômico 48, massa atômica de 112,41, e uma valência de 2.
A abundância média de Cd na crosta da Terra é 0,16 ppm; em solos que é de 0,1 a 0,5 ppm; nos córregos não poluídos é de 1 μg/L; em água
pode variar de 1-10 μg/L.
Cádmio ocorre em minerais sulfetados de zinco, chumbo e cobre. O metal é usado em galvanoplastia, baterias, pigmentos, tintas e em ligas com
vários outros metais.
O cádmio é geralmente associado com o zinco na proporção de cerca de uma parte para 500 nas maiorias das rochas e solos. A solubilidade do
cádmio em águas naturais é controlada pelos equilíbrios de carbonatos presentes e estão ligadas a dureza e alcalinidade da água.
Quanto menor a dureza da água, menor será a concentração de cádmio solubilizado. Aumento na concentração de cádmio nas águas naturais ocorrem
devido às descargas de efluentes industriais, principalmente oriundo de galvanoplastias, produção de pigmentos, soldas, equipamentos eletrônicos,
lubrificantes e acessórios fotográficos.
A queima de combustíveis fósseis consiste também numa fonte de cádmio para o ambiente. Não apresenta nenhuma função biológica conhecida nas plantas,
animais e no homem. O cádmio é extremamente tóxico e se acumula no rins e fígado, com a ingestão prolongada a níveis baixos, pode levar a à
disfunção renal. Estudos feitos com animais demonstram a possibilidade de causar anemia, retardamento de crescimento e morte.
O cádmio ocorre na forma inorgânica, pois seus compostos orgânicos são instáveis; além dos malefícios já mencionados, é um irritante
gastrointestinal, causando intoxicação aguda ou crônica sob a forma de sais solúveis.
No Japão em Toyama, um aumento de concentração de cádmio de 0,005 mg/L a 0,18 mg/L provocado por uma mina de zinco, causou a doença conhecida
como "Doença de Itai-Itai". A ação do cádmio sobre a fisiologia dos peixes é semelhante às do níquel, zinco e chumbo.
É um metal de elevado potencial tóxico, que se acumula em organismos aquáticos, possibilitando sua entrada na cadeia alimentar.
O cádmio pode ser fator para vários processos patológicos no homem, incluindo disfunção renal, hipertensão, arteriosclerose, inibição no
crescimento, doenças crônicas em idosos e câncer. O padrão de potabilidade é fixado pela Portaria 518 em 0,005 mg/L.
Cálcio (Ca) é o terceiro elemento do grupo 2 da tabela periódica.
Possui número atômico de 20, massa atômica de 40,08 e valência 2. A abundância média do Ca na crosta da Terra é de 4,9%; em solos que é de
0,07 para 1,7%; nos córregos é cerca de 15 mg/L, e em águas subterrâneas é de 1 a <500mg/L.
As formas mais comuns de cálcio são o carbonato de cálcio (calcita) e carbonato de cálcio e magnésio (dolomita). Compostos de cálcio são
amplamente utilizados na indústria farmacêutica, construção, sais para degelo, pigmentos, fertilizantes e rebocos.
Solubilidade de carbonato de cálcio é controlada pelo pH e CO2 dissolvido. O equilíbrio das espécies CO2,
HCO3- e CO32- é o controlador do pH nas águas doces.
O termo conhecido como "Dureza" é baseada na concentração de sais de cálcio e magnésio sendo muitas vezes usado como uma medida da qualidade
da água potável. O cálcio é necessário na nutrição animal sendo componente essencial para ossos e estruturas conchas e plantas.
A presença de cálcio no abastecimento de água é oriunda da passagem sobre os depósitos de calcário, dolomita ou gipsita. Pequenas
concentrações de carbonato de cálcio combate a corrosão de tubos de metal, estabelecendo uma camada protetora.
A precipitação de calcita em caldeiras, tubos e trocadores de calor pode causar sérios danos materiais e por isso a concentração de cálcio
em águas domésticas e industriais é frequentemente controlada empregando métodos de abrandamento químico, com resinas de troca iônica ou
osmose reversa.
Não existe no Brasil um padrão de potabilidade de água específico para o Cálcio, mas existe o limite máximo de 500mg/L para a dureza total
que é o somatório das concentrações de Ca e Mg calculados como CaCO3.
Carbono (C) é o 1º elemento do grupo 14 da tabela periódica.
Possui número atômico de 6, massa atômica de 12,0107 e valência 2,3 e 4.
A abundância média do C na crosta da Terra é de 1800 ppm; nos córregos é cerca de 1,2mg/L; no mar sua concentração é de 28mg/L. É o
elemento responsável pela vida e sua concentração no corpo humano é de 23,0%.
Forma extensos depósitos minerais na forma de carbonato de cálcio como a calcita, o mármore, a dolomita (junto com magnésio),
siderita (FeCO3) e ocorre em grandes depósitos na forma nativa como o carvão, grafite e diamante.
Na forma orgânica é o elemento essencial na biosfera e também formador do petróleo. Esta presente na atmosfera na forma de CO2 na
concentração de 330 ppm, sendo este carbono fixado pelos vegetais em carbono orgânico durante a fotossíntese.
Entra na formação de diversos íons inorgânicos que podem aparecer em água como o carbonato (CO32-), bicarbonato
(HCO3- ), cianeto (CN- ), cianato (CNO-), tiocianato (SCN-)
e na forma orgânica pode
estar presente em uma infinidade de compostos solúveis e insolúveis como ácido húmico e fulvico resultados da decomposição da matéria
orgânica, ácidos carboxílicos, hidrocarbonetos, solventes e etc.
Para determinação da qualidade de água estes são as principais formas de carbono de interesse:
11.1 - Carbonatos
A presença de carbonato em água esta relacionada com a presença do CO2 e do seu equilibrio com o ânion carbonato.
Todos estes equilíbrios dependem do pH do meio como mostra a figura abaixo:
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Com isso podemos deduzir que se uma amostra de água tem pH <4,4 todo bicarbonato presente estará na forma de ácido carbônico e estará
sujeito a decomposição com liberação de CO2 por ser um ácido fraco, se a sua concentração for maior que 1,45g/L a 25ºC.
As espécie CO2(aq) e HCO3- estarão em equilíbrio entre pH 4,4 e 8,2 .
Entre pH 8,2 e 12,2 existe em equilíbrio as espécies HCO3- e CO32- e quanto mais perto de 8,2 maior a
concentração de bicarbonato (HCO3-) e quanto mais perto de pH 12,2 maior será a concentração de carbonato
(CO32-).
Em pH >12,2 praticamente somente existe ânion carbonato no equilíbrio. Desta maneira é possível se determinar quais a espécies estão em equilíbrio
somente se conhecendo o pH da água.
Todas as águas de rios, lagos, poços e do mar em contato com a atmosfera absorvem dióxido de carbono e como estas águas entram em contato
com rochas e sedimentos logo adquirem íons metálicos, mais comumente de cálcio e magnésio, portanto todas estas águas podem ser consideradas
como soluções diluídas desses bicarbonatos, pois seus pHs ficam entre 5 e 8 .
Estas tendem a formar incrustações de carbonatos em tubos e caldeiras. Estas águas ao sofrerem evaporação precipitam o carbonato de cálcio de
acordo com a equação abaixo, fazendo a transferência de um depósito calcário de um lugar para outro e são responsáveis também pela formação de
estalactites , estalagmites , colunas e outros espeleotemas dentro de cavernas.
A solubilidade do Ca(HCO3)2 a 25ºC é de 166 g/L enquanto que a do CaCO3 é de apenas 0,015g/L.
Ca (HCO3)2 ( aq ) → CO2(g) + H2O(l) + CaCO3(s)
O ataque da rocha (intemperismo) devido ao CO2 dissolvido na água de chuva é chamado de Carbonatação.
Carbono Orgânico Total (TOC)
O carbono orgânico total em água e efluente é composto por uma variedade de compostos orgânicos em vários estados de oxidação.
Alguns destes compostos de carbono pode ser oxidado por processos biológicos ou químicos fornecendo o que chamamos respectivamente de
DBO e DQO.
O Carbono orgânico total (TOC) é uma expressão mais conveniente e direta do conteúdo orgânico total do que a DBO e DQO, mas não fornece o
mesmo tipo de informação. Se uma relação previsível é estabelecida entre TOC , DBO e DQO para uma amostra específica de um determinado local,
o TOC pode ser usado para estimar os valores de DBO e DQO.
Ao contrário da DBO e DQO, o TOC é independente do estado de oxidação da matéria orgânica e não mede outros elementos organicamente ligados,
tais como nitrogênio e hidrogênio, e inorgânicos que podem contribuir para a demanda de oxigênio medido pela DBO e DQO.
A medida de TOC não substitui o DBO e DQO. A medição de TOC é de importância vital para o funcionamento de estações de tratamento de água e
estações de tratamento efluentes.
A água potável pode apresentar TOCs até 25 mg/L. Águas residuais podem conter altos níveis de compostos orgânicos (TOC> 100 mg / L).
Muitas destas fontes de TOC são provenientes de impurezas iônicas e de matéria orgânica em suspensão.
Para muitas aplicações a presença de contaminantes orgânicos pode degradar de resinas de purificação de água, servir como fonte de nutrientes
para o crescimento biológico indesejada e também ser prejudicial para o processo a qual a água se destina.
Para água potável os compostos orgânicos podem reagir com os agentes de desinfecção e produzir compostos com cheiro, odor e potencialmente
tóxicos e cancerígenos.
Para determinar a quantidade de TOC as moléculas orgânicas devem ser quebradas e convertidas em uma molécula simples, como o CO2, que pode
ser analisada quantitativamente.
Os métodos de determinação de TOC utilizam alta temperatura, catalisadores e oxigênio, ou temperaturas mais baixas (<100 °C), com
irradiação ultravioleta e oxidantes químicos como o ânion persulfato.
Combinações destes métodos também podem ser utilizados.
Após a transformação do TOC em CO2 este pode ser expurgados da amostra e transferida
com um gás de arraste para um analisador infravermelho não dispersivo, ser titulado ou separado da fase líquida da amostra por uma membrana
seletiva de CO2 em uma água de alta pureza em que o correspondente aumento na condutividade está relacionado com o CO2
que passa a membrana.
Para realização de análises de TOCs baseados na formação de CO2, os carbonatos devem estar ausentes o que se consegue ajustando o
pH da amostra para <1 e purgando o CO2 formado.
11.3 - Cianeto
O ânion cianeto é altamente tóxico e não ocorre naturalmente em água, sendo sua origem exclusivamente antropogênica. O ânion cianeto é facilmente convertido a ácido cianídrico, que é gasoso, altamente tóxico e pouco
solúvel em água, pela simples redução do pH do meio.
Sua toxicidade a vida animal se deve a característica de se ligar fortemente aos metais formando complexos, como ao ferro do sangue, o que impede que o oxigênio chegue as células.
As principais fontes de contaminação da água por este ânion são as mineradoras de metais preciosos como as de ouro e prata e também as galvanoplastias que empregam o cianeto de potássio ou sódio em cobreamento e
prateamento eletrolíticos.
Também pode ser encontrado em resíduo de lavagem de mandioca brava que é utilizada na produção de polvilho. Como esta atividade é realizada pequenas propriedades em zonas rurais, onde existe pouca fiscalização,
é altamente danosa aos rios e mananciais de pequenas cidades, como o que ocorreu na cidade de Consolação, no Estado de Minas Gerais, onde seu rio esta atualmente praticamente morto.
Indústrias de plásticos nitrílicos, de monômeros como acrilonitrila, de fibras sintéticas que utilizam acrilonitrila e de nitrocelulose também geram cianeto em seus resíduos industriais.
As legislações estaduais e federais são rigorosas em relação ao cianeto sendo o valor máximo permitido pela Conama 397 Art 01 de 1,0 mg/L para lançamento em esgoto e o Art 19-A do Decreto Estadual 8468 de 0,2 mg/L.
O tratamento de efluentes e resíduos contendo cianeto pode ser realizado pela utilização de cloro ou solução de hipoclorito de sódio. Estes agentes não oxidam somente o carbono, mas também o nitrogênio ao estado
molecular na forma de N2.
2 CN- + 5Cl2 + 8OH- → 2CO2 + N2 + 10 Cl- + 4H2O
O padrão de potabilidade para o Cianeto é fixado como valor máximo permissível de 0,07 mg/L pela Portaria 518 do Ministério da Saúde.
Cério (Ce) é o segundo elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica.
Possui número atômico 58 e massa atômica de 140,116. Suas valências em meio aquoso são 2 e 4.
A abundância média de Ce na crosta da Terra é de 60 ppm; em córregos é de 0,06 μg/L(ppb); na água do mar é 0,0012 μg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica
[(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas principais fonte de obtenção.
O metal em forma de ligas com La é utilizado na fabricação de pedras de isqueiro e pederneiras e seus compostos como o óxido e usado em
polimento de lentes e catalisadores, o nitrato cérico e o sulfato cérico são empregados em sínteses orgânicas por serem oxidantes.
A solubilidade do cério em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente
insolúveis com todos os lantanídeos em pH>5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem
apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos.
Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são extremamente baixas, governadas pela constante de
equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio. Também formam complexos estáveis com
ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do cério em solução é como Ce3+ (incolor) ou Ce4+ (alaranjado).
O Ce4+ é bastante ácido e
sofre hidrólise com a diminuição da acidez do meio precipitando CeO2.
Também por ser oxidante o Ce4+ é facilmente reduzido por matéria orgânica presente na água.
Não existe regulamentação para Cério em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Césio (Cs) é o sexto elemento do grupo 1 da tabela periódica e possui número atômico 55 e massa atômica de 132,90.
Sua única valência em água é 1.
A abundância média de Cs na crosta da Terra é de 2,6 ppm; em solos que é de 1 a 5 ppm; em córregos é de 0,02 mg /L, em águas subterrâneas
é geralmente <0,1 mg /L.
O Césio é encontrado em mica lepidolita e em fontes de água mineral.
O isótopo 137Cs, com meia-vida de 33 anos, é amplamente disperso
na superfície da Terra como resultado da precipitação radioativa dos testes de armas nucleares por ser um sub-produto da fissão do urânio.
Compostos de césio são usados em células fotoelétricas, como catalisadores, em ótica e biologia molecular.
Não existe regulamentação para Césio em água potável ou de lançamento no Brasil e nem nos USA.
Chumbo (Pb) é o 5º elemento do grupo 14, possui número atômico de 82 e massa atômica de 207,19.
Seus estados de oxidação são 2 e 4.
A abundância média de Pb na crosta da Terra é de 13 ppm; em solos varia de 2,6-25 mg/L; em córregos e rios é de 0,003 mg/L e em águas
subterrâneas é geralmente <0,1 mg/L .
O chumbo é obtido principalmente da galena (PbS). Ele é usado em baterias, munição, solda, tubulações, pigmentos, inseticidas e ligas.
Foi usado também na gasolina por muitos anos como um agente anti-detonante na forma de chumbo tetraetila.
Em água se apresenta principalmente no estado de oxidação +2. A maioria de seus compostos são insolúveis, em água, como o sulfato de chumbo
(PbSO4), mas pode formar complexos solúveis com diversos ligantes como o ânion carbonato e hidróxido.
Havendo excesso de sulfato na água e em pH neutro, sua concentração é baixa devido a alta insolubilidade do PbSO4 que é de 42mg/L a 25ºC.
O chumbo em água potável pode ser proveniente de resíduos industriais, mineração, dos próprios encanamentos, das bombas, soldas e do latão da
qual as torneiras geralmente são fabricadas.
O chumbo não é essencial para plantas e animais. Constitui veneno acumulativo, provocando um envenenamento crônico denominado "Saturnismo",
que consiste em efeitos sobre o sistema nervoso central com conseqüências bastante sérias.
Os sintomas de uma exposição crônica ao chumbo, quando o efeito ocorre no sistema nervoso central, são: tontura, irritabilidade, dor de cabeça,
perda de memória, entre outros. Quando o efeito ocorre no sistema periférico o sintoma é a deficiência dos músculos extensores.
A toxicidade do chumbo, quando aguda, é caracterizada pela sede intensa, sabor metálico, inflamação gastrointestinal, vômitos e diarréias.
Por este motivos o padrão de potabilidade é fixado como valor máximo permissível de 0,01 mg/L pela Portaria 518 do Ministério da Saúde.
É também padrão de emissão de esgotos e de classificação das águas naturais. Aos peixes, as doses fatais, no geral, variam de 0,1 a
0,4 mg/L, embora, em condições experimentais, alguns resistem até 10 mg/L.
Outros organismos (moluscos, crustáceos, mosquitos quironomídeos e simulídeos, vermes oligoquetos, sanguessugas e insetos tricópteros),
desaparecem após a morte dos peixes, em concentrações superiores a 0,3 mg/L. A ação sobre os peixes é semelhante a do níquel e do zinco.
Cloro (Cl) é o 2º elemento do grupo 17 da tabela periódica e possui número atômico 17 e massa atômica de 35,453.
Suas valências mais comuns em meio aquoso são 1, 3,4,5 e 7.
A abundância média do Cl na crosta da Terra é de 170 ppm; em córregos é de 8 mg /L e na água do mar é de 19,8g/L. É um elemento que possui
várias funções biológicas para as plantas e animais e sua concentração no corpo humano é de 0,12%, sendo encontrado principalmente nos fluidos
corporais como sangue, suco gástrico e urina na forma de cloreto.
O cloro elementar (Cl2) é gasoso nas condições ambientais, sendo um oxidante extremamente forte altamente tóxico. Dado sua reatividade
somente a forma aniônica como cloreto é encontrada em águas naturais.
Outras formas como hipoclorito (HClO-), Clorito (ClO2), Clorato (ClO3-) e Perclorato (ClO4-)
por serem também oxidantes da matéria orgânica, raramente são encontradas em águas naturais.
Os ânions hipoclorito e clorito que são produzidos industrialmente, apresentam importância por serem agentes de desinfecção de água potável.
O ânion hipoclorito é formado se dissolvendo o cloro em água ou solubilizando o gás em hidróxido de sódio a frio, que leva a formação do sal
hipoclorito de sódio (NaClO), conhecido como água sanitária ou água de lavadeira devido ao ser caráter alvejante.
O cloro na forma de cloreto forma extensos depósitos minerais de cloreto de sódio (sal gema) e é o ânion majoritário na composição salina da água
do mar, na forma de cloreto de sódio.
Á industria utiliza quantidades gigantescas do cloro e seus compostos anualmente para a produção dos mais diversos bens materiais como plásticos
(PVC), metalurgia (ácido clorídrico) , cloro líquido (tratamento de água), propelentes (percloratos e cloratos), alvejantes (hipoclorito de sódio),
alimentos (cloreto de sódio), fertilizantes (cloreto de potássio), solventes (organoclorados) e etc.
Cloreto
O cloreto (Cl-), é um dos principais ânions que ocorrem naturalmente na água. O gosto salgado na água pode variar, dependendo da sua
composição catiônica. Uma água com 250 mg/L de Cl- pode ter o gosto salgado perceptível se o cátion for o sódio.
Águas com 1000 mg/L de cloreto não apresentam sabor salgado se os cátions forem magnésio e cálcio. Na água do mar, ocorre na concentração de
aproximadamente 35g/L como cloreto de sódio.
Nas águas superficiais são fontes importantes as descargas de esgotos sanitários, sendo que cada pessoa expele através da urina cerca 6 g de
cloreto por dia, o que faz com que os esgotos apresentem concentrações de cloreto que ultrapassam a 15 mg/L.
Diversos são os efluentes industriais que apresentam concentrações de cloreto elevadas como os da indústria do petróleo, mineração, química,
farmacêuticas, curtumes, etc. Nas regiões costeiras, através da chamada intrusão da língua salina, são encontradas águas com níveis altos de
cloreto.
Nas águas tratadas, a adição de cloro puro ou em solução leva a uma elevação do nível de cloreto, resultante das reações de dissociação do cloro
na água.
Para as águas de abastecimento público, a concentração de cloreto constitui-se em padrão de potabilidade, segundo a Portaria 518 do
Ministério da Saúde.
Da mesma forma que o sulfato, sabe-se que o cloreto também interfere no tratamento anaeróbio de efluentes industriais, constituindo-se igualmente
em interessante campo de investigação científica.
O cloreto provoca corrosão em estruturas hidráulicas, como por exemplo em emissários submarinos para a disposição oceânica de esgotos sanitários,
que por isso têm sido construídos com polietileno de alta densidade (PEAD).
Interferem na determinação da DQO e embora esta interferência seja atenuada pela adição de sulfato de mercúrio, as análises de DQO da água do mar
não apresentam resultados confiáveis.
Interfere também na determinação de nitratos. A concentração de cloreto pode ser utilizada como indicador da contaminação por esgotos sanitários,
podendo-se associar a elevação do nível de cloreto em um rio com o lançamento de esgotos sanitários.
Hoje, porém, o teste de coliformes fecais é mais preciso para esta função. O cloreto apresenta também influência nas características dos ecossistemas
aquáticos naturais, por provocarem alterações na pressão osmótica em células de microrganismos.
Cloro Gasoso em água e Hipoclorito
Cl2 + H2O HClO + HCl
Cloro aplicada à água em sua forma molecular ou hipoclorito, inicialmente sofre hidrólise para formar cloro livre consistindo de cloro molecular aquoso, o ácido hipocloroso e ânion hipoclorito.
A proporção relativa dessas formas de cloro dependem do pH e temperatura e também da luz solar.
No pH da maioria das águas, ácido hipocloroso e íon hipoclorito vão predominar.
A cloração do abastecimento de água e águas poluídas serve principalmente para destruir microorganismos patogênicos. Um benefício secundário, particularmente no tratamento de água potável, é a melhoria geral na
qualidade da água resultante da reação de cloro com ferro, amônia, sulfetos, manganês, e algumas substâncias orgânicas.
Cloração pode produzir efeitos adversos. Gosto e odor características de fenóis e outros compostos orgânicos presentes em uma fonte de água podem ser ntensificados.
Compostos potencialmente cancerígenos conhecidos como trihalometanos podem ser formados durante a cloração.
Cloro combinado pode ser formado na cloração da água contendo amônia (NH3), formando aminas que afetam a vida aquatica.
O cloro livre reage prontamente com certos compostos nitrogenados como a amônia para formar compostos clorados. Com amônia, o cloro reage para formar o cloraminas: monocloramina, dicloramine e tricloreto de nitrogênio.
A presença e as concentrações dessas formas combinadas depende principalmente do pH, temperatura, relação de cloro/nitrogênio inicial, demanda absoluta de cloro e tempo de reação.
Ambos cloro livre e combinado podem estar presentes simultâneamente.
15.3 - Trihalometanos
Trihalometanos (THMs) potencialmente cancerígenos são produzidos durante a cloração da água.
Apenas quatro THM compostos normalmente são encontrados: clorofórmio (CHCl3), bromodiclorometano (CHBrCl2), dibromoclorometano (CHBr2Cl), e bromofórmio (CHBr3).
Outros subprodutos de cloração também podem ser formados como ácidos haloacéticos e halonitriles durante as reações relativamente lentas que ocorrem entre o cloro livre e precursores orgânicos naturais , tais como
ácidos húmicos e fúlvicos. Modelos de previsão para estimar e calcular a formação de THM existem, mas a maior dificuldade e que as concentrações de THM eventual não podem ser calculados precisamente a partir de
análises convencionais.
Métodos para determinar o potencial de THMs formandos são úteis na avaliação dos processos de tratamento de água ou fontes de água ou para a previsão de concentrações de THM em um sistema de distribuição.
Para obter resultados reprodutíveis e significativos deve ser o controle das variáveis temperatura, tempo de reação, dose de cloro residual e pH.
Formação de THM é reforçada por temperaturas elevadas e pH alcalino e por concentrações crescentes de resíduos de cloro livre, embora a formação de THM tende a estabilizar-se em um nível baixo com cloro livre de 3mg/L.
Um longo tempo de reação geralmente aumenta a formação THM.
Baixas concentrações de brometo podem existir na maioria das águas naturais e são responsáveis pela formação de compostos orgânicos bromados que também são tóxicos.
15.4 - Cloraminas
Cloraminas são compostos inorgânicos formados quando a amônia é adicionada junto com o cloro, com a finalidade de desinfecção da água.
NH3 + HOCl → NH2Cl + H2O
Estes compostos têm um efeito desinfetante mais demorado sobre a água e é especialmente útil para se livrar de patógenos quando a água circula através de tubos e encanamentos domésticos.
A forma mais popular de cloraminas encontrada no abastecimento de água da torneira é monocloramina.
A EPA (USA) limita a concentração de cloramina em 4 mg / L. A EPA prevê que não haverá efeitos adversos à saúde quando as pessoas bebem água contendo cloramina igual ou inferior a 4 mg/L.
A EPA acredita que a água cloraminada em valor igual ou inferior 4 mg/L é segura para beber e cozinhar.
No entanto, pessoas que usam água contendo cloramina em níveis acima de 4 mg/L pode experimentar irritação nos olhos e nariz. Água potável que tem cloramina em excesso pode levar à anemia e desconforto estomacal.
Quando os nadadores se queixam de irritação ocular de "muito cloro" a piscina, o problema é um alto nível de cloraminas. A água tratada com cloramina tem um tom esverdeado.
A cloramina da água pode provocar a lixiviação de chumbo das tubulações e que é muito prejudicial a saúde.
A EPA recomenda nestes casos a adição de um inibidor de corrosão para o abastecimento de água. Tal substância forma um revestimento protegendo as parede dos tubos para minimizar a lixiviação de chumbo.
Apesar das cloraminas terem um potencial menor de formação de trihalometanos que o cloro, podem formar um número maior de subprodutos de desinfecção com materiais orgânicos que podem ser mais perigosos a saúde.
A Portaria 518 do Ministério da Saúde adota as seguintes especificações para o cloro e seus compostos em água:
Item | Especificação (máx.) |
Cloro | > 0,2 mg/L (recomendável) |
Cloreto | 250 mg/L |
Clorito | 0,2 mg/L |
Monocloramina | 3 mg/L |
Trihalometanos Total | 0,1 mg/L |
Cobalto (Co) é o segundo elemento do grupo 8 da tabela periódica com número atômico 27 e massa atômica de 58,93. Sua valência em principal em meio aquoso é 2 e 3.
A abundância média de Co na crosta da Terra é de 29 ppm; em solos que é de 1,0 a 14 ppm; em córregos que é de 0,2 μg/L, e em águas subterrâneas que é de 1 a 10 μg/L.
O Cobalto ocorre apenas em poucos minérios como sulfetos e arsenetos e também associado com o níquel em seus minérios, sendo esta sua principal fonte de obtenção.
É amplamente utilizado em ligas de aços diversos, em galvanoplastia, em fertilizantes, rações animais, em porcelana e para dar coloração azul ao vidro.
A solubilidade de cobalto é controlada por co-precipitação ou adsorção por óxidos de manganês e ferro, por precipitação de carbonato, e pela formação de íons complexos.
Cobalto é considerada essencial para algas e algumas bactérias e também para animais e para o homem , já que é um elemento formador da vitamina B12.
A agência FAO da ONU recomenda um nível máximo de Co para as águas de irrigação de 100 μg/L.
No Brasil não existe especificação máxima para o cobalto nem em água potável ou para lançamentos de efluentes.
obre (Cu) é o 1º elemento do grupo 11, tem número atômico de 29, massa atômica de 63,54, e valências 1 e 2.
A abundância média de Cu na crosta da Terra é de 68 ppm; em solos é de 9 a 33 ppm; em córregos é 4-12 μg/L, e nas águas subterrâneas é <0,1 mg/L.
Cobre ocorre em seu estado nativo, mas também é encontrado em muitos minerais, o mais importante dos quais são aqueles contendo sulfeto (por exemplo, calcopirita), mas também ocorre como óxidos e carbonatos.
O cobre é amplamente utilizado em fiação elétrica, telhados, ligas metálicas, pigmentos, utensílios de cozinha, tubulações e na indústria química.
Sais de cobre são usados em sistemas de abastecimento de água para controlar crescimentos biológicos em reservatórios e tubulações de distribuição e também para catalisar a oxidação do manganês.
Forma números complexos em águas naturais com ligantes orgânicos e inorgânicos.
Entre as espécies comuns aquosas são Cu2 +, Cu (OH)2 e CuHCO3 +.
A corrosão de ligas de cobre como latão utilizada em torneiras e tubos podem introduzir quantidades mensuráveis de cobre na água encanada. O cobre é considerado um elemento traço essencial para plantas e animais.
Alguns compostos são tóxicos por ingestão ou inalação. Quando em concentrações elevadas, é prejudicial à saúde e confere sabor às águas. Segundo pesquisas efetuadas, é necessária uma concentração de 20 mg/L de cobre
ou um teor total de 100mg/L por dia na água para produzirem intoxicações humanas com lesões no fígado.
Alimentos como o trigo contém concentrações variáveis de 190 a 800 mg/kg de cobre, a aveia 40 a 200 mg/kg, a lentilha 110 a 150 mg/kg e a ervilha de 13 a 110 mg/kg.
As ostras podem conter até 2000 mg/kg de cobre.
O cobre, em pequenas quantidades é benéfico ao organismo humano, catalisando a assimilação do ferro e seu aproveitamento na síntese da hemoglobina do sangue humano, facilitando a cura de anemias.
Para os peixes, muito mais que para o homem, as doses elevadas de cobre são extremamente nocivas. Assim, trutas, carpas, bagres, peixes vermelhos de aquários ornamentais e outros, morrem em dosagens de 0,5 mg/L.
Os peixes morrem pela coagulação do muco das brânquias e conseqüente asfixia (ação oligodinâmica).
Os microrganismos perecem em concentrações superiores a 1,0 mg/L. O Cobre aplicado em sua forma de sulfato de cobre, CuSO45H2O, em dosagens de 0,5 mg/L é um poderoso algicida.
O padrão de potabilidade é fixado como valor máximo permissível de 2 mg/L pela Portaria 518 do Ministério da Saúde.
Cromo (Cr) é o primeiro elemento do grupo 6 da tabela periódica, tem número atômico 24, massa atômica de 51,99 e valências que podem variar de 1 a 6. da média.
Sua abundância média na crosta da Terra é de 122 ppm; em solos varia de 11-22 ppm; em córregos ela atinge cerca de 1 μg/L, e em águas subterrâneas é geralmente de 100 μg/L.
O cromo é encontrado principalmente como o mineral cromita (FeO-Cr2O3).
O cromo é usado em ligas, em galvanoplastia e em pigmentos. Compostos de cromato freqüentemente são adicionados à água de resfriamento para controle de corrosão.
Em águas naturais na forma trivalente existe como Cr3 +, Cr (OH)2 +, Cr (OH)2+ e Cr (OH)4-; na forma de cromo hexavalente em água existe como os
ânions cromato (CrO42- ) e como dicromato (Cr2O7 2-) . O Cr3+ pode formar complexos fortes com aminas e ser absorvido pelos minerais argilosos.
Cromo pode existir no abastecimento de água em ambos as formas, embora a forma trivalente raramente ocorre em água potável. O cromo é considerado não-essenciais para as plantas, mas um elemento traço essencial para
os animais na forma trivalente.
Compostos hexavalentes têm se mostrado cancerígenas por inalação e são corrosivos para os tecidos. As concentrações de cromo em água doce são muito baixas, normalmente inferiores a 1 μg/L.
É comumente utilizado em aplicações industriais e domésticas, como na produção de alumínio anodizado, aço inoxidável, tintas, pigmentos, explosivos, papel, fotografia.
Na forma hexavalente é tóxico e cancerígeno. Os limites máximos são estabelecidos basicamente em função do cromo hexavalente.
Efluentes contendo cromo hexavalente como cromatos (CrO4 2-) podem ser reduzidos com dióxido de enxofre ou bissulfitos de sódio a cromo trivalente (Cr3+) em pH ácido.
Após esta redução o cromo pode ser precipitado na forma de hidróxido com a elevação do pH, junto com outros metais na estação de tratamento de efluentes. O padrão de potabilidade é fixado como valor máximo
permissível de 0,05mg/L pela Portaria 518 do Ministério da Saúde.
Disprósio (Dy) é o décimo elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 66 e massa atômica de 162,50.
Sua valência em meio aquoso é 3. A abundância média do Dy na crosta da Terra é de 6,2 ppm; em córregos é de 0,05 μg/L(ppb); na água do mar é 0,0009 μg/L(ppb).Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F]
suas principais fonte de obtenção.
O metal em forma de ligas com Fe é utilizado na fabricação alto-falantes. Também é utilizado em reatores nucleares e em lâmpadas.
A solubilidade do disprósio em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto. Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5,
sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis
são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio. Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do Dy em solução é como Dy3+ (incolor). As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion,
dando precipitado branco de Dy(OH)3 em pH>7.
Não existe regulamentação para o Dy em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
O Enxôfre é o segundo elemento do grupo 16 da tabela periódica, com número atômico de 16 e massa atômica de 32,065 . Sua valência é 2,4 e 6.
A abundância média do S na crosta da Terra é de 420 ppm; em córregos é de 4 mg /L e na água do mar é de 920 mg/L.
É um elemento essencial aos animais e plantas, participando da formação das proteínas que formam tecidos do corpo, ossos e fluidos. Sua concentração no corpo humano é 0,2%.
Na forma inorgânica forma os ânions sulfato e sulfeto que constituem grande número de minerais. O ânion sulfito também pode ser encontrado na natureza em decorrência da dissolução do dióxido de enxofre na água,
mas em presença do oxigênio atmosférico tende a se oxidar o sulfato.
Outros anions contendo enxôfre como o tiocianato, tiossulfato, persulfato, etc, também existem, mas são instáveis e de origem industrial.
Os principais minerais de enxôfre, são o próprio elemento na forma nativa, o gesso (CaSO4) e a pirita (sulfeto de ferro). É usado largamente na produção de ácido sulfúrico que é uma das substâncias
químicas mais produzida no mundo, por ser um insumo vital para industria de fertilizantes, explosivos, mineração, metalurgia, tratamento de água e petroquímica.
O Enxôfre desempenha importante papel na indústria de borracha devido ao processo de vulcanização e também na industria de limpeza como tensoativos.
Uma vez que os compostos de enxofre são largamente usados, é um grande poluidor ambiental da água, solo e da atmosfera.
20.1 - Sulfatos (SO42-)
Os sulfatos são comumente encontrados em água natural, principalmente na água do mar na forma de sulfato de cálcio e de magnésio. Também pode ocorrer em concentrações elevadas em diversas águas minerais devido a
oxidação de piritas e solubilização de depósitos de gesso.
Sua concentração típica em água de rio é inferior a 10 mg/L, mas devido ao lançamento de efluentes industriais contendo ácido sulfúrico, uma matéria prima largamente utilizada pela indústria química e da lixiviação
do solo contendo fertilizantes como sulfato de amônio, esta concentração pode se elevar bastante.
Além disso os sulfatos como o de alumínio e o próprio ácido sulfúrico é largamente empregado em tratamento de água e efluentes, sendo por isso a sua especificação para lançamento na rede de esgoto é de 1000mg/L,
o que é relativamente alta se comparada com outras espécies químicas.
Águas com alta concentração de sulfato são incrustantes e podem provocar mau cheiro devido a sua redução a sulfeto por alguns tipos de bactérias.
Para remoção de sulfato quando esta concentração esta acima dos limites permitidos, recomenda-se a utilização de água de cal (hidróxido de cálcio) com o qual reage formando sulfato de cálcio (gesso)
que é insolúvel e pode ser removido por filtração ou decantação.
Devido a solubilidade do CaSO4 em água que é de aproximadamente 2g/L o sulfato não pode ser totalmente removido por este método.
Para água potável a Portaria 518 do Ministério de Saúde regulamenta um valor máximo de 250 m/L
20.2 - Sulfeto (S2-)
O sulfeto em água somente ocorre em condições redutoras, já que é facilmente oxidado pelo oxigênio atmosférico. Ocorre em diversas água minerais devido a atividade vulcânica ou hidrotermal, mas é encontrado
também em ambientes muito poluídos e caracterizados pelo cheiro de ovo podre, devido a redução anaeróbica de sulfatos por alguns tipos específicos de bactérias como as Desulfobacterales, Desulfovibrionales e
Syntrophobacterales.
Compostos orgânicos como proteinas também podem ser fermentadas e produzir gás sulfídrico. Algumas destas bactérias ocorrem na boca e no trato gastrointestinal.
O ânion sulfeto dissociado tende a se precipitar facilmente em água, já que forma sulfetos insolúveis com praticamente todos os metais, como o Fe, Ni e Pb. A sua forma mais comum em água é a forma protonada como
ácido sulfídrico (H2S) que apresenta o cheiro de ovo podre, sendo muito tóxica.
A concentração de odor limiar de H2S em água limpa está entre 0,025 e 0,25 μg/L.
O H2S gasoso é muito tóxico e ceifou a vida de numerosos trabalhadores em esgotos. Em níveis tóxicos para os seres humanos interfere com o sistema olfativo, dando uma falsa sensação de ausência de
segurança.
Ele ataca metais, direta e indiretamente e tem causado graves corrosões em esgotos e concreto porque é oxidado biologicamente a H2SO4.
O H2S dissolvido é tóxico para peixes e outros organismos aquáticos.
Também o ácido sulfídrico pode ser produzido por atividades industriais, tais como, processamento alimentício, coquerias, fábricas de papel, curtumes e refinarias de petróleo.
O sulfeto de sódio é empregado em tratamento de efluente para remoção de metais pesados, mas o excesso de sulfeto deve ser também tratado com substâncias oxidantes antes de ser despejado na rede de esgoto.
O Decreto Estadual 8468/76 Art 19-A e Conama 397 Art 1 admitem no máximo 1 mg/L.
Para água potável a Portaria 518 do Ministério de Saúde regulamenta um valor máximo de 0,05 m/L.
Érbio (Er) é o 12º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 68 e massa atômica de 167,259. Sua valência em meio aquoso é 3.
A abundância média do Er na crosta da Terra é de 3 ppm; em córregos é de 0,05 µg/L(ppb); na água do mar é 0,0009 μg/L(ppb). Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas principais
fontes de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de fibras óticas e lasers. A solubilidade do Er em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos
solúveis são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais. Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Er em solução é como Er3+ (rosa).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion, dando precipitado rosa de Er(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Er em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Escândio (Sc) é o 1º elemento do grupo 3 e que abrange também a família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 21 e massa atômica de 44,95.
Sua valência em meio aquoso é 3. A abundância média do Sc na crosta da Terra é de 26 ppm; em córregos é de 0,004 μg/L(ppb); na água do mar é 0,0015 μg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas. Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo
a euxenita, gadolinita e a thortveitite [(Sc,Y)2Si2O7] suas principais ocorrências.
Seus compostos são usados na fabricação de lâmpadas, ligas leves com alumínio empregada em materiais esportivos e bicicletas.
A solubilidade do Sc em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto. Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5,
sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis
são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais. Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Sc em solução é como Sc3+(incolor).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion dando precipitado de branco de Sc(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Tm em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Estanho (Sn) é o quarto elemento do Grupo 14 da tabela periódica, possuindo número atômico 50 e massa atômica de 118,69. Sua valências é 2 e 4.
A abundância média na crosta da Terra é de 2,1 ppm; em solos que pode chegar a 10 ppm; e m córregos que é de 0,1 μg /L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg / L.
O estanho é encontrada principalmente no mineral de cassiterita (SnO2) e em associação com rochas graníticas. O estanho é utilizado em agentes redutores, solda, ligas metálicas como o bronze e
revestimentos para vários metais e latas.
As espécies comuns aquosa são Sn2+, Sn (OH)4, SnO(OH)2 e SnO(OH)3-. O estanho é adsorvido a sólidos em suspensão, sulfetos e hidróxidos.
Estanho pode ser metilado nos sedimentos. Tributilestanho sofre biodegradação rapidamente. Os compostos organoestânicos são tóxicos.
O elemento parece ser um elemento essencial aos animais, tendo sido detectado em pequenas concentrações em ratos. Estima-se sua concentração no corpo humano em 0,2 mg/kg.
O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da Saúde não é estabelecido para a estanho, mas é de 4,0mg/L pelo CONAMA 397 Art.1.
Estrôncio (Sr) é o quarto elemento do grupo 2 da tabela periódica, tendo um número atômico 38, massa atômica de 87,62, e valência de 2.
A abundância média de Sr na crosta da Terra é 384 ppm; em solos Sr varia de 3,6-160 ppm; em córregos ela atinge 50 μg/L, e em águas subterrâneas varia de 0,01 a 10 mg / L.
Estrôncio é encontrado principalmente em celestita (SrSO4) e na estroncianita (SrCO3).Compostos de estrôncio são utilizados em pigmentos, cerâmica e em pirotecnia para dar chama avermelhada
aos fogos de artifício.
O 90Sr é um produto de fissão de combustíveis nucleares com o urânio e foi amplamente distribuídos na superfície da Terra como resultado da precipitação a partir de testes de armas nucleares.
A espécie comum aquosa é Sr2+. A solubilidade de estrôncio na água é controlado pela presença de carbonatos e sulfatos presentes. É um elemento essencial aos animais por entrar na constituição dos ossos,
sendo sua concentração no corpo humano de 4,6 mg/kg.
Alguns compostos são tóxicos por ingestão e inalação.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
Európio (Eu) é o 7º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 63 e massa atômica de 151,96.
Sua valência em meio aquoso é 3, mas pode ocorrer em alguns compostos na valência 2.
A abundância média do Eu na crosta da Terra é de 1,8 ppm; em córregos é de 0,007 μg/L(ppb); na água do mar é 0,00013 μg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas
principais fonte de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de lâmpadas fluorescentes e pigmentos fosforescentes (fósforos). A solubilidade do Eu em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos.
Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Eu em solução é como Eu3+ (incolor).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion, dando precipitado rosa de Eu(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Eu em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Ferro (Fe) é o primeiro elemento do grupo 8 da tabela periódica, tem um número atômico de 26, massa atômica de 55,85 e valências comuns de 2 e 3.
A abundância média de Fe na crosta da Terra é de 6,22%; em solos Fe varia de 0,5% a 4,3%; em córregos ela atinge cerca de 0,7 mg / L, e nas águas subterrâneas é 0,1 a 10 mg / L.
Ferro ocorre nos minerais hematita , magnetita, limonita e pirita. É amplamente utilizado em aço e em outras ligas.
A solubilidade do íon ferroso (Fe2+) é controlada pela concentração de carbonato porque água subterrânea é frequentemente anóxica (sem oxigênio dissolvido).
Qualquer ferro solúvel nas águas subterrâneas é geralmente no estado ferroso.
Por exposição ao ar ou adição de oxidantes, ferro ferroso é oxidado ao estado férrico (Fe3+) e pode hidrolisar para formar óxido férrico hidratado insolúvel de cor laranja ou avermelhado.
Na falta de agentes complexantes e em meio neutro ou básico o íon férrico é muito pouco solúvel e tende a se precipitar. Não é tóxico sendo inclusive um elemento essencial aos animais e ao homem por participar
da formação de hemoglobina do sangue.
Nas águas superficiais, o nível de ferro em suspensão insolúvel aumenta nas estações chuvosas devido ao carreamento de solos e a ocorrência de processos de erosão das margens. Também poderá ser importante a contribuição
devida à efluentes industriais, pois muitas indústrias metalúrgicas desenvolvem atividades de remoção da camada oxidada (ferrugem) das peças antes de seu uso, processo conhecido por decapagem,
que normalmente é procedida através da passagem da peça em banho ácido.
Nas águas tratadas para abastecimento público, o emprego de coagulantes a base de ferro provoca elevação em seu teor.
O ferro, apesar de não se constituir em um tóxico, traz diversos problemas para o abastecimento público de água. Confere cor e sabor à água, provocando manchas em roupas e utensílios sanitários.
Também traz o problema do desenvolvimento de depósitos em canalizações e de ferro-bactérias, provocando a contaminação biológica da água na própria rede de distribuição.
Por estes motivos, o ferro constitui-se em padrão de potabilidade, tendo sido estabelecida a concentração limite de 0,3 mg/L na Portaria 518 do Ministério da Saúde.
É também padrão de emissão de esgotos e de classificação das águas naturais. No Estado de São Paulo estabelece-se o limite de 15 mg/L para concentração de ferro solúvel em efluentes descarregados na rede coletora
de esgotos seguidas de tratamento (Decreto no 8468).
No tratamento de águas para abastecimento, deve-se destacar a influência da presença de ferro na etapa de coagulação e floculação.
As águas que contêm ferro caracterizam-se por apresentar cor elevada e turbidez baixa. Os flocos formados geralmente são pequenos, ditos "pontuais", com velocidades de sedimentação muito baixa.
Em muitas estações de tratamento de água este problema só é resolvido mediante a aplicação de cloro, a chamada pré-cloração. Através da oxidação do ferro pelo cloro, os flocos tornam-se maiores e a estação passa a
apresentar um funcionamento aceitável.
No entanto, é conceito clássico que, por outro lado, a pré-cloração de águas deve ser evitada, pois em caso da existência de certos compostos orgânicos chamados precursores, o cloro reage com eles formando
trihalometanos, associados ao desenvolvimento do câncer.
O Fluor (F) é o primeiro elemento do grupo 17 da tabela periódica e possui número atômico 9 e massa atômica de 18,998. Sua valência em meio aquoso é 1.
A abundância média do F na crosta da Terra é de 540 ppm; em córregos é de 100 ppb e na água do mar é de 1,3 ppm. É um elemento essencial aos animais e plantas e sua concentração no corpo humano é de 37 ppm,
sendo encontrado principalmente nos ossos e dentes.
O flúor é o mais eletronegativo de todos os elementos químicos, tão reativo que nunca é encontrado em sua forma elementar na natureza, sendo normalmente encontrado na sua forma combinada como fluoreto.
Ocorre principalmente na forma dos minerais fluorita (CaF2), fluoroapatita e criolita (Na3AlF6).
É somente encontrado na natureza como fluoreto. Porém, para que haja disponibilidade de fluoreto solúvel, ou seja, disponível biologicamente, são necessárias condições ideais de solo, presença de outros minerais
ou outros componentes químicos e água.
Traços de fluoreto são normalmente encontrados em águas naturais e concentrações elevadas geralmente estão associadas com fontes subterrâneas. Em locais onde existem minerais ricos em flúor, tais como próximos a
montanhas altas ou áreas com depósitos geológicos de origem marinha, concentrações de até 10 mg/L ou mais são encontradas.
A maior concentração de flúor registrada em águas naturais é de 2.800 mg/L, no Quênia. Alguns efluentes industriais também descarregam fluoreto nas águas naturais.
São os casos das indústrias de vidro, de decapagem de alumínio com a indústria de latas e de fios condutores de eletricidade. No ar, a presença de fluoreto deve-se principalmente a emissões industriais e sua
concentração varia com o tipo de atividade.
Estima-se um valor de exposição abaixo de 1μg/L, pouco significativo em relação à quantidade ingerida através da água e de alimentos. Todos os alimentos possuem ao menos traços de fluoreto.
Os vegetais possuem concentrações maiores principalmente devido à absorção da água e do solo. Alguns alimentos tais como peixes, certos vegetais e chá, possuem altas concentrações de fluoreto.
O uso da água fluoretada na preparação de alimentos pode dobrar a quantidade de fluoreto presente. Estima-se uma quantidade diária ingerida de 0,2 a 3,1 mg para adultos e 0,5 mg para crianças de 1 a 3 anos.
Outras fontes de fluoreto são as pastas de dente, gomas de mascar, vitaminas e remédios.
O uso tópico de fluoreto contribui para uma absorção maior. O fluoreto ingerido através da água é quase completamente absorvido pelo corpo humano, enquanto que o flúor presente nos alimentos não é totalmente
absorvido; em alguns casos como através de peixes e outras carnes, chega apenas a 25%.
Uma vez absorvido, o fluoreto é distribuído rapidamente pelo corpo humano, grande parte é retida nos ossos, enquanto que uma pequena parte é retida nos dentes. O fluoreto pode ser excretado pela urina e sua
excreção é influenciada por uma série de fatores tais como o estado de saúde da pessoa e seu grau de exposição à esta substância. O fluoreto é adicionado às águas de abastecimento público para conferir-lhes proteção
à cárie dentária.
O fluoreto reduz a solubilidade da parte mineralizada do dente, tornando mais resistente à ação de bactérias e inibe processos enzimáticos que dissolvem a substância orgânica protéica e o material calcificante do dente.
Constitui-se também em meio impróprio ao desenvolvimento de lactobacilus acidophilus.
Por outro lado, acima de certas dosagens o fluoreto provoca a fluorose dentária, ou seja, o mosqueamento do esmalte dos dentes. O assunto até hoje ainda é polêmico entre os especialistas, sendo que os odontólogos
sanitaristas contrários à fluoretação em águas de abastecimento, alertam para a possibilidade de ocorrência de outros problemas como a descalcificação de ossos de idosos, a chamada fluorose óssea.
Frequentemente ocorrem novas propostas para a administração alternativa de fluoreto.
Nesse sentido, a fluoretação das águas deve ser executada sob controle rigoroso, utilizando-se bons equipamentos de dosagem e implantando-se programas efetivos de controle de residual de fluoreto na rede de
abastecimento de água, o que nem sempre tem acontecido.
Os benefícios da aplicação de fluoreto em águas para a prevenção da cárie dentária são inquestionáveis. Estudos desenvolvidos nos Estados Unidos demonstram que, para as condições lá existentes,
os seguintes resultados podem ser esperados: o índice utilizado é o "c.p.o.", ou seja, número de dentes cariados, perdidos e obturados por cem crianças.
Os estudos são conclusivos de que para concentrações de fluoreto acima de 1,5 mg/L, ocorre aumento na incidência da fluorose dentária; para concentrações de fluoreto da ordem de 1,0 mg/L, ocorre redução do
c.p.o. da ordem de 60% sem ocorrer fluorose; para concentrações de fluoreto menores que 1,0 mg/L, ocorrem menores reduções percentuais na redução da cárie. Na verdade, o que é necessária é a ingestão de 1,5 mg/dia
de fluoreto, o que para um consumo de água de 1,2 a 1,6 litros por dia, resulta em concentrações da ordem de 1,0 mg/L.
O fluossilicato de sódio era o composto mais utilizado, tendo sido substituído pelo ácido fluossilícico em diversas estações de tratamento de água.
Apesar da corrosividade do ácido, o fato de se apresentar na forma líquida facilita sua aplicação e o controle seguro das dosagens, condição fundamental para a fluoretação.
O fluoreto de sódio é muito caro e o fluoreto de cálcio, pouco solúvel.
A Organização Mundial de Saúde considera 1,5 mg/L o valor máximo permissível que é o mesmo estabelecido no Brasil para água potável pela Portaria 518 do Ministério da Saúde.
O Fósforo (P) é o segundo elemento do grupo 15 da tabela periódica e possui número atômico 15 e massa atômica de 30,973. Suas valências em meio aquoso são 1,3 e 5.
A abundância média do P na crosta da Terra é de 1000 ppm; em córregos é de 20 ppb e na água do mar é de 70 ppb. É um elemento essencial aos animais e plantas e sua concentração no corpo humano é de 1,1%,
sendo encontrado principalmente nos ossos e dentes e também no DNA e RNA das células.
Ocorre principalmente na forma dos minerais apatita (fosfato de cálcio) e fluoroapatita. Fósforo ocorre em águas naturais e em águas residuárias quase exclusivamente como fosfatos (PO43-).
Estes são classificados como ortofosfatos, fosfatos condensados (piro-, meta- e outros polifosfatos) e fosfatos organicamente ligados. Estas formas ocorrem em solução, em partículas ou detritos ou nos corpos de
organismos aquáticos.
Estas formas de fosfato surgem a partir de uma variedade de fontes. Pequenas quantidades de ortofosfato ou certos fosfatos condensados são adicionados a algumas potável durante o tratamento.
Maiores quantidades dos mesmos compostos podem ser adicionados quando a água é utilizada para lavagem ou limpeza, pois estes materiais são os principais constituintes de muitos preparados de limpeza comerciais.
Fosfatos são usados extensivamente no tratamento de águas de caldeira.
Ortofosfatos são usados em agricultura como fertilizantes e são lixiviados para águas superficiais pelas chuvas e em menor grau pela neve derretida. Fosfatos orgânicos são formados principalmente por processos
biológicos e atualmente alguns herbicidas como o glifosato apresentam o fósforo nesta forma.
Efluentes domésticos e sanitários também apresentam fosfatos oriundos de dejetos animais e humanos como fezes e urina e também de resíduos de alimentos, principalmente laticínios, e rações.
O tratamento biológico destes efluentes também transformam fosfatos orgânicos em inorgânicos. O fósforo é essencial para o crescimento de organismos e pode ser o nutriente que limita a crescimento biológico de um
corpo de água.
Nos casos em que o fosfato é um nutriente limitante do crescimento, a descarga de esgoto bruto ou tratado, drenagem agrícola ou de resíduos industriais pode estimular o crescimento de microorganismos e
macroorganismos aquáticos fotossintetizadores o que leva a eutrofização de rios e lagos que recebem estes efluentes.
Fosfatos também ocorrem em sedimentos de fundo e em lodo biológico na forma precipitada tanto na forma inorgânica como incorporada em compostos orgânicos.
Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um dos principais nutrientes para os processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macro-nutrientes, por ser exigido também em grandes quantidades pelas células.
Nesta qualidade, torna-se parâmetro imprescindível em programas de caracterização de efluentes industriais que se pretende tratar por processo biológico.
Em processos aeróbios, como informado anteriormente, exige-se uma relação DBO:N:P mínima de 100:5:1, enquanto que em processos anaeróbios tem-se exigido a relação DQO:N:P mínima de 350:7:1.
Os esgotos sanitários no Brasil apresentam, tipicamente, concentração de fósforo total na faixa de 6 a 10 mg /L, não exercendo efeito limitante sobre os tratamento biológicos.
Alguns efluentes industriais, porém, não possuem fósforo em suas composições, ou apresentam concentrações muito baixas. Neste caso, deve-se adicionar artificialmente compostos contendo fósforo como o fosfato de
amônio (MAP) que, por ser usado em larga escala como fertilizante, apresenta custo relativamente baixo.
O valor máximo permissível de P não é estabelecido no Brasil para água potável e nem para lançamentos de efluentes.
Gadolínio (Gd) é o 8º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 64 e massa atômica de 157,25.
Sua valência em meio aquoso é 3. A abundância média do Gd na crosta da Terra é de 5,2ppm; em córregos é de 0,04 μg/L(ppb); na água do mar é 0,0007 μg/L(ppb). Não foi descoberto até o momento função
biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F]
suas principais fonte de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de contrastes radiológicos, em granadas e cintiladores de raios-X. A solubilidade do Gd em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são
extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais. Em meio ácido estes sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Gd em solução é como Gd3+ (incolor).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion, dando precipitado branco de Gd(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Eu em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Gálio (Ga) tem número atômico de 31, massa atômica de 67,72, e valências de 1, 2 e 3. É o terceiro elemento do grupo 13 da tabela periódica. Sua abundância média na crosta da Terra é de 19 ppm; em solos
é 1,9-29 ppm; em córregos é de 0,09 μg/L e em águas subterrâneas é <0,1 mg/L.
Gálio ocorre em minérios associado aos minérios de zinco e também no minério de alumínio bauxita. Compostos de gálio são usados em dispositivos semicondutores como diodos emissores de luz (LEDs) e termômetros para
alta temperatura.
O elemento existe na água natural como Ga3+ e sua solubilidade é controlada pela formação do hidróxido.
É considerada não-essenciais para as plantas e animais.
Não existe regulamentação para Gálio em água potável ou de lançamento no Brasil e nem nos USA.
O Germânio (Ge) é o terceiro elemento do grupo 14 da tabela periódica. Tem número atômico de 32 e massa atômica de 72,64 e valências de 2 e 4.
A abundância média de Ge na crosta da Terra é de 1,5 ppm; em córregos é 0,03-,1 μg/L e em águas subterrâneas é <0,1 mg/L.
O Germânio é encontrado em raros minerais como a germanita, em certos minérios de zinco e em níveis elevados em certas águas termais. Ligas de germânio são usados em transistores, ligas de ouro, fósforos e
dispositivos semicondutores.
Germânio está presente em águas naturais no estado tetravalente e sua distribuição em águas naturais, provavelmente, é controlado por adsorção em superfícies de minerais minerais de argilosos. Não é essencial
para as plantas e animais.
Não existe regulamentação para Germânio em água potável ou de lançamento no Brasil e nem nos USA.
O Háfnio (Hf) é o terceiro elemento do grupo 4 da tabela periódica, com número atômico de 72 e massa atômica de 178,49. Sua valência é 4.
A abundância média do Hf na crosta da Terra é de 3,3 ppm; e na água do mar é 0,008 ppb, em córregos e em águas subterrâneas sua concentração é extremamente é baixa devido a tendência que o metal tem de ser
hidrolisado em água para formar compostos insolúveis.
Espécies de Hf aquosas são normalmente insolúveis em águas naturais devido a hidrólise, como o Hf4+, que por ser um cátion muito ácido leva a formação de sais básicos e Hf(OH)4,
espécies altamente insolúveis, mas que podem ser complexadas em presença do ânion fluoreto formado fluorhafnatos solúveis e não hidrolisáveis.
O elemento é comumente encontrado associado aos minérios de zircônio onde ocorre na proporção de 1 a 3% .
O Háfnio e o Zircônio são os metais com as maiores similaridades químicas e por isso considerados os mais difíceis de serem separados por métodos químicos. O Háfnio é usado na fabricação ligas metálicas
resistente a altas temperaturas, reatores nuclear, cerâmica refratária e na indústria eletrônica.
Háfnio não tem finalidade biológica.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
O Hidrogênio (H) é o 1º elemento do grupo 1 da tabela periódica, com número atômico de 1 e massa atômica de 1,008. Sua valência é 1.
A abundância média do Hidrogênio na crosta da Terra é de 0,15%; como é um dos constituintes da formação da água, possui nesta um teor de 11,1% sendo o restante oxigênio.
É o elemento mais abundante no universo, sendo a matéria prima de produção de todos os elementos mais pesados por processos de fusão nuclear que ocorrem na estrelas. Seu teor estimado em termos atômicos no
universo é de 93%.
Junto com o carbono é responsável por formar toda a matéria viva que constitui as plantas e animais. Sua concentração em peso no corpo humano é de 10%, um pouco menor que seu teor na água, fato que é explicado
pelo corpo conter aproximadamente 90% de água.
Na natureza pode ser encontrado em 3 formas isotópicas: Hidrogênio que contém um próton e um elétron e apresenta massa atômica 1 e abundância de 99,98% ; Deutério (D) que contém um próton, um elétron e um nêutron e
apresenta massa atômica 2 e abundância de 0,11%.
Trítio (T) que contém um próton, um elétron e dois nêutron e apresenta massa atômica 2 e por ser radioativo com meia-vida de 12,3 anos não é encontrado naturalmente na água.
A forma mais comum do hidrogênio ser encontrado na terra é como óxido na forma H2O. Por ser um elemento gasoso e muito leve sua concentração na atmosfera é estimada em 0,55 ppm.
Além da forma do óxido (H2O) e de seu peróxido (H2O2), entra na formação de diversos compostos como os ácidos, hidróxidos e hidretos, principalmente com o carbono, boro, fósforo,
enxôfre, silício, nitrogênio, halogênios e metais alcalinos.
Com o carbono forma os hidrocarbonetos (petróleo e gás natural) que é uma das principais famílias de compostos empregada pela humanidade para geração de energia e obtenção dos plásticos.
Toda a vida da terra se deve a presença de água e até o momento não se conhece formas de vida que não dependa dela. Neste sentido é importante o conhecimento de suas propriedades físicas e químicas que podem afetar
as condições de vida de animais e plantas e o pH é uma destas variáveis mais importantes na qualidade da água, principalmente por controlar as reações bioquímicas que se processam na células, a solubilização de
substâncias essenciais ou tóxicas a vida que sempre são trazidas às células em um meio líquido e também para eliminação dos seus resíduos metabólicos.
34.1 - Potencial Hidrogeniônico (pH)
O pH da água é regido pelo equilíbrio químico oriundo da dissociação da água, que é dado pela equação:
Esta dissociação ocorre em duas etapas: Na 1ª etapa a água se dissocia para formar um próton (H+) e o ânion hidroxila (OH-). Uma vez que o próton sem o elétron não é estável,
ocorre a 2ª etapa, que é sua reação com uma outra molécula de água para formar o cátion hidrônio (H3O+).
A medida da quantidade de íons H+ presente na água, ou mais corretamente da atividade de íons hidrônio, é que resulta em seu pH.
Nas condições ambientais a 25ºC o produto das atividades molares de íons OH- e H3O+ é um número extremamente pequeno ou seja 0,00000000000001, sendo melhor representado
como 10-14, que é conhecida como constante de dissociação da água ou Kw .
Desta forma as atividades molares de íons H3O+ e OH- são iguais para água pura e valem aproximadamente 0,0000001 ou 10-7 Molar de cada espécie.
Assim podemos representar o equilíbrio:
Kw = [H3O+] . [OH-] = 10-7 x 10-7 = 10-14 |
Mais precisamente o valor da Kw a 25ºC para a água pura é de 1,006 x 10-14 e pode variar com a temperatura, pressão e força iônica de substâncias dissolvidas. |
Valores de Kw e pK para água pura em função da temperatura | ||||||
Temperatura(°C) | 10 | 20 | 25 | 30 | 40 | 50 |
Kw | 2,917x10-15 | 6,808x10-15 | 1,006x10-14 | 1,479x10-14 | 2,917x10-14 | 5,470x10-14 |
pKw | 14.535 | 14.167 | 13,997 | 13.830 | 13.535 | 13.262 |
Para se evitar mencionar números de atividades de H3O+, OH- e Kw muito pequenos como estes apresentados, convencionou-se expressa-los somente em termos do expoente numérico
da grandeza que os representam, que em matemática corresponde a se extrair o logaritmo decimal das atividades dos íons hidrônio, hidroxila e da constante de equilíbrio Kw.
Como o valor destes logaritmos são negativos, também convencionou-se em deixa-los positivos multiplicando-se por -1.
Este número representado pelo módulo do logaritmo decimal da atividade do íon hidrônio é o que chamamos de pH, ou seja:
Transformando os valores da constante de equilíbrio de dissociação da água (Kw) e das respectivas atividades de seus íons em termos de - log10 temos:
Kw = [H3O+] . [OH-] = 10-7 x 10-7 = 10-14 |
10-14 = 10-7 x 10-7 |
-log10 10-14 =[ -log1010-7] x [-log10 10-7] |
Pela convenção anterior : |
-log10 Kw = pKw = 14 |
-log10 [H3O+] = pH = 7 |
- log10 [OH-] = pOH = 7 |
Ou seja: |
pKw = pH + pOH e como o valor da Kw é 14 o pH é dado pela equação: |
pH = 14 - pOH |
Com base nestes conceitos podemos verificar que sempre a soma do pH e do pOH de uma solução deverá ser 14 ou o produto das atividades dos íons H3O+
e OH- deverá ser 10-14.
Medindo-se o pH sabemos o pOH.
Para a água que não é pura e contém sais dissolvidos sempre que a atividade do íons hidrônio é maior que a atividade do íon hidroxila dizemos que o meio é ácido (pH<7) e quando a atividade do íons hidrônio
é menor que a atividade do íon hidroxila dizemos que o meio é básico (pH>7). Quando são próximas dizemos que o meio é neutro (pH 7).
Quando dizemos que uma amostra é ácida que tem pH <7 o menor valor obtido poderá chegar em torno de pH -1 e para amostras alcalinas o pH pode chegar até 15, respeitando-se que a soma do pH e pOH é sempre 14.
Soluções de ácidos fortes como HCl, H2SO4, HNO3, com concentrações maiores que 1M apresentam valores de pH negativos chegando no máximo para concentrações de 10M a pH próximo de -1.
As soluções alcalinas de NaOH e KOH acima de 1M apresentam pH maiores que 14 e chegando para soluções 10M a pH próximo de 15. Operacionalmente a escala de medição de pH pode variar de -1 a 15.
Qualquer substância que venha a alterar estas proporções de íon hidrônio ou hidroxila da água, conseqüentemente altera seu pH.
Como a escala de pH é logarítmica, cada unidade de variação de pH representa variação de 10 vezes nas atividades dos íons.
A adição de 3,6g de ácido clorídrico na água faz com que o equilíbrio que contém 10-7 M de íon hidrônio seja aumentado para 10-1M, em termos de pH significa uma alteração de pH7 para pH1.
Esta pequena adição de ácido que alterou o pH em 6 unidades, aumentou a atividade do íon hidrônio em 1 milhão (106) de vezes.
Por outro lado adição de 4,0 de hidróxido de sódio na água faz com que o seu equilibrio que contém 10-7M de íon hidroxila seja aumentado para 10-1M, em termos de pH significa uma alteração
de pH 7 para pH 13.
Esta pequena adição de hidróxido que alterou o pH em 6 unidades, aumentou a atividade do íon hidroxila também em 1milhão (106) de vezes.
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A medição de pH na água é uma medida fácil de ser realizada em tempo real utilizando técnicas de colorimetria com indicadores ou papeis de pH e modernamente se utiliza com maior precisão os pHmetros,
que são voltímetros que respondem a diferença de potencial provocada pela amostra entre dois eletrodos, um de referência e outro de medição.
Desta maneira a escala de pH pode ser relacionada com a diferença de potencial (potenciometria) destes eletrodos de forma linear.
Aproximadamente para a maioria dos equipamentos comerciais a escala potenciométrica de pH a 25ºC é:
Escala Potenciométrica Aproximada de pH a 25ºC. | |||||||||||||||||
pH | -1 | 0 | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 |
mV | +472 | +413 | +354 | +295 | +236 | +177 | +118 | +59 | 0 | -59 | -118 | -177 | -236 | -295 | -354 | -413 | -472 |
Todas as formas de vidas terrestres apresentam uma zona de pH ideal para seu desenvolvimento em torno do pH neutro entre pH 6 e 8 e qualquer desequilíbrio neste meio ou seja na água pode indicar fontes de
contaminação que irão prejudicar o seu desenvolvimento.
Para finalidade didática mencionaremos as quatro principais categorias de água que ocorrem naturalmente no estado líquido: água do mar , água de chuva, água de rios e água subterrânea.
34.2 - Água do Mar
Naturalmente a água que pode sustentar a vida pode apresentar algumas variações de pH. Por exemplo a variação de pH nos oceanos pode ser vista a seguir e vai de 8 a 8,45.
O pH da água do mar não é tão vulnerável a variações de pH como as águas de rios e lagos. Isso ocorre porque os diferentes sais dissolvidos, principalmente carbonato e bicarbonatos presentes, apresentam efeito tampão,
por reagirem com a acidez ou alcalinidade adicional neutralizando-as.
A variação de pH da água do mar é relativamente pequena considerando-se que cobre dois terços da superfície terrestre e se situa em pH 8,2 +/- 0,2.
34.3 - Água de Chuva
A chuva que cai na superfície terrestre é quimicamente pura por apresentar baixíssimas concentrações de sais dissolvidos devido ao processo de evaporação.
Dos poucos contaminantes presentes nesta categoria de água estão os gases dissolvidos e partículas em suspensão.
Sua tamponação é muito pequena e a presença dos 350 ppm de CO2 atmosférico já lhe confere um caráter ligeiramente ácido.
Outros gases presentes na atmosfera como o dióxido de enxôfre (SO2) e os óxidos de nitrogênio (NOx) também podem dar-lhe característica mais acidas que o CO2.
Todos este gases são oriundos principalmente de atividades humanas e são principalmente liberados pela queima de combustíveis fósseis como o carvão e petróleo. Emanações vulcânicas também liberam grandes
quantidades de SO2 na atmosfera.
Entre estes gases o SO2 é o maior responsável para ocorrência da "chuva ácida" por se oxidar facilmente e se transforma em ácido sulfúrico. Os NOx produzem o ácido nítrico.
2SO2 + O2 → SO3 + H2O → H2SO4 |
2NO2 + H2O → HNO3 + HNO2 |
A chuva ácida é responsável principalmente pela corrosão de metais, fiação elétrica, monumentos, pontes, concreto e também inibição de crescimento de plantas.
Ocorre principalmente em áreas urbanas e de grande atividade industrial.
No Brasil não existe um estudo de mapeamento em todo o território nacional, mas a chuva ácida ocorre principalmente nas áreas metropolitanas das grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro.
Nos USA ela ocorre principalmente na região leste do pais devido a sua maior industrialização e quantidades de veículos.
O pH típico da água de chuva é em torno de 5,6 devido a presença do CO2 atmosférico, mas em regiões com atmosfera altamente contaminada como as encontradas no leste americano o pH pode chegar a
ser menor que 3.
34.4 - Água de Rios
Quanto aos rios, por terem baixas concentrações de sais dissolvidos, principalmente daqueles que tornam a água menos sensível a variações de pH, conhecidos com sais tampões, como os carbonatos e fosfatos,
são muito vulneráveis a alterações, o que torna o pH uma das variáveis mais características para determinação do nível de poluição de um corpo de água doce.
Praticamente todos os esgotos domésticos e industriais possuem substâncias que alteram sensivelmente o pH da água doce como sabões, detergentes, ácidos, alvejantes, restos de alimentos, etc.
O que os tornam necessários a serem submetidos a tratamento prévio de neutralização, antes de serem lançados nos rios ou lagos.
Toda a fauna e flora aquática de rios e lagos são afetadas de uma forma ou outra as variações de pH.
Algumas formas de vida são mais resistentes a variação de pH, algumas sobrevivem mas não se reproduzem, outras são tão sensíveis que morrem em poucas horas.
Por exemplo as algas e macrófitas sobrevivem entre pH de 7 a 12; as bactérias são mais resistentes e podem sobreviver entre pH de 2 a 13; enquanto que os animais como os peixes sobrevivem entre pH 5 até 10;
invertebrados aquáticos como as efêmeras, moscas d'agua, lagostins, mexilhões entre pH 6,5 e 9,5.
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Naturalmente o pH da água dos rios variam devido a presença de minerais e matéria orgânica em decomposição que podem tornar a água mais ácida ou básica e com isso determinar a flora e fauna aquática habitável.
Rios não poluídos apresentam pH geralmente na faixa de 5 a 7,5 como o Rio Amazonas que tem pH de 6,9+/-0,4.
A poluição industrial e lançamentos de esgotos também ocasionam grande alteração de pH nas águas dos rios.
Por exemplo, o Rio Tinto na Espanha, devido principalmente a mineração de cobre, ouro e prata que se faz a séculos, possui pH de 2, mas devido a este longo tempo foi possível a adaptação de bactérias
extremófilas em suas águas, devido a presença do ácido sulfúrico formado pela oxidação de sulfetos.
Rios localizados em áreas urbanas como o Rio Tietê em São Paulo, podem apresentar grandes oscilações no seu pH de mais de 2 unidades, em poucos quilômetros ou metros de seu curso normal, devido ao lançamento de
esgoto doméstico e produtos químicos.
Ao longo do curso sofre um processo de diluição e depuração dos poluentes e novamente o pH se estabiliza permitindo a existência de peixes e plantas aquáticas dentro da zona habitável de pH.
34.5 - Água Subterrânea:
A água subterrânea é um recurso muito importante para as atividades humanas como no abastecimento público e irrigação, por serem livres de contaminantes microbiológicos patogênicos e "quimicamente puras" devido
a quantidade pequenas de sais dissolvidos, se comparadas a água do mar.
O pH deste tipo de água se situa geralmente entre 6,5 e 8,5 e justamente por esta pequena salinidade se torna excelente para a hidratação do corpo humano.
Todas estas características fazem com que a água subterrânea possa ser consumida praticamente sem tratamento algum.
Infelizmente em regiões urbanas onde o subsolo se apresenta contaminado com fossas sépticas e vazamento de redes de esgotos domésticos e industriais, grande parte desta água já se encontra contaminada,
sendo necessária ser tratada para se tornar potável.
Sua tamponação devido a presença de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos é muito pequena, o que a torna muito susceptível a alteração quando exposta ao ar e contaminações do solo.
Existem locais onde águas subterrâneas não são potáveis por serem muito ácidas, como aquelas que percolam rochas em regiões vulcânicas e podem conter ácido sulfúrico, clorídrico e sulfídrico e consequentemente metais
dissolvidos que também tornam-as tóxicas.
Devido ao abaixamento do lençol freático em regiões costeiras pela exploração excessiva deste recurso, podem se tornar salobras e impróprias para o consumo.
34.6 - O pH no tratamento de água e de efluentes
Nos ecossistemas formados nos tratamentos biológicos de esgotos, o pH é também uma condição que influi decisivamente no processo.
Normalmente, a condição de pH que corresponde à formação de um ecossistema mais diversificado e a um tratamento mais estável é a de neutralidade, tanto em meios aeróbios como nos anaeróbios.
Nos reatores anaeróbios, a acidificação do meio é acusada pelo decréscimo do pH do lodo, indicando situação de desequilíbrio.
A produção de ácidos orgânicos voláteis pelas bactérias acidificadoras e a não utilização destes últimos pelas metanobactérias, é uma situação de desequilíbrio que pode ser devido a diversas causas.
O decréscimo no valor do pH que a princípio funciona como indicador do desequilíbrio, passa a ser causa se não for corrigido a tempo.
É possível que alguns efluentes industriais possam ser tratados biologicamente em seus valores naturais de pH, por exemplo, em torno de 5,0. Nesta condição, o meio talvez não permita uma grande diversificação
hidrobiológica, mas pode acontecer que os grupos mais resistentes, algumas bactérias e fungos, principalmente, tornem possível a manutenção de um tratamento eficiente e estável.
Mas, em geral, procede-se à neutralização prévia do pH dos efluentes industriais antes de serem submetidos ao tratamento biológico.
Nas estações de tratamento de águas, são várias as unidades cujo controle envolve as determinações de pH. A coagulação e a floculação que a água sofre inicialmente é um processo unitário dependente do pH;
existe uma condição denominada "pH ótimo" de floculação que corresponde à situação em que as partículas coloidais apresentam menor quantidade de carga eletrostática superficial.
A desinfecção pelo cloro é um outro processo dependente do pH. Em meio ácido, a dissociação do ácido hipocloroso formando hipoclorito é menor.
A própria distribuição da água final é afetada pelo pH. Sabe-se que as águas ácidas são corrosivas, ao passo que as alcalinas são incrustantes.
Por isso o pH da água final deve ser controlado, para que os carbonatos presentes sejam equilibrados e não ocorra nenhum dos dois efeitos indesejados mencionados.
Outros processos físico-químicos de tratamento como o abrandamento pela cal, são dependentes do pH.
No tratamento físico-químico de efluentes industriais muitos são os exemplos de reações dependentes do pH: a precipitação química de metais pesados ocorre em pH elevado, à oxidação química de cianeto ocorre
em pH elevado, a redução do cromo hexavalente à forma trivalente ocorre em pH baixo; a oxidação química de fenóis em pH baixo; a quebra de emulsões oleosas mediante acidificação; o arraste de amônia convertida
à forma gasosa se dá mediante elevação de pH, etc.
Desta forma, o pH é um parâmetro importante no controle dos processos físico-químicos de tratamento de efluentes industriais e água potável.
Constitui-se também em padrão de emissão de esgotos e de efluentes líquidos industriais, tanto pela legislação federal quanto pela estadual.
Na legislação do Estado de São Paulo, estabelece-se faixa de pH entre 5 e 9 para o lançamento direto nos corpos receptores (artigo 18 do Decreto 8468/76) e entre 6 e 10 para o lançamento na rede pública seguida
de estação de tratamento de esgotos (artigo 19-A).
A legislação federal CONAMA 397 Art. 1 estabelece para lançamentos de efluentes em rios federais pH entre 5 e 9.
Para água potável a Portaria 518 do Ministério da Saúde estabelece valor de pH de 6,6 a 9,5.
Hólmio (Ho) é o 11º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica.
Possui número atômico 67 e massa atômica de 164,930. Sua valência em meio aquoso é 3.
A abundância média do Ho na crosta da Terra é de 1,2 ppm; em córregos é de 0,01 μg/L(ppb); na água do mar é 0,00022 μg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas. Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais,
sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas principais fontes de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de lasers e vidros óticos. A solubilidade do Ho em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são
extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais. Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Ho em solução é como Ho3+ (ligeiramente amarelado).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion, dando precipitado ligeiramente amarelo de Ho(OH)3
em pH <7.
Não existe regulamentação para o Ho em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Índio (In) é o quarto elemento do grupo 13 da tabela periódica com número atômico 49 e massa atômica de 114,82. Seu estado de oxidação principal é o 3.
A abundância do índio na crosta da Terra é de 0,19 ppm; em córregos é <0,01 μg/L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg /L.
O Índio ocorre frequentemente em combinação com minérios de zinco e às vezes com piritas.
O Índio é usado em ligas para mancais, brasagem, solda e em dispositivos eletrônicos como displays. Em água o Índio existe como In3+ e como íons complexos.
Sua solubilidade é controlada pela formação do hidróxido insolúvel. O metal e seus compostos são tóxicos por inalação.
Não existe regulamentação para In em água potável ou de lançamento no Brasil e nem nos USA.
Iodo (I) é o quarto elemento do grupo 17 da tabela periódica e possui número atômico 53 e massa atômica de 126,9.
Suas valências mais comuns em meio aquoso são 1, 3, 5 e 7.
A abundância média do I na crosta da Terra é de 0,49 ppm; em córregos é de 5 μg /L e na água do mar é de 60 μg/L.
É um elemento traço essencial aos animais e plantas.
Sua falta ocasiona a doença conhecida como bócio, caracteizada pelo grande crescimento da glândula tireóide. Sua concentração no corpo humano é estimada em 0,2 mg/kg.
É utilizado principalmente em medicina como agente de desinfecção, aditivo alimentar para o sal e em fotografia.
O Iodo elementar não é um constituinte natural das águas naturais. Iodo pode ser adicionado à água potável e de piscinas como desinfetante.
Para águas residuárias, iodo tem aplicação limitada. Uso de iodo geralmente se restringe ao abastecimento de águas pessoais ou remotas, onde a facilidade de aplicação, a estabilidade de armazenamento, e
uma inércia para a matéria orgânica são considerações importantes.
Algumas águas da piscina são tratados com iodo para diminuir afecções do olho em nadadores e para fornecer uma desinfecção residual estável menos afetadas por condições ambientais adversas.
O iodo é aplicado na forma elementar ou produzidas in situ através da adição simultânea de um sal de iodeto e um oxidante adequado. Neste último caso, um excesso de iodeto pode ser mantido para servir como
um reservatório para a produção de iodo.
O Iodo pode sofrer hidrólise formando ácido hipoiodoso (HIO), que pode dissociar para formar o ânion hipoiodito (IO-) sob condições básicas. O ácido hipoiodoso/ hipoiodito podem desproporcioonar para formar
o ânion iodato (IO3-).
Na presença de iodeto em excesso, o iodo pode reagir, formando o íon triiodeto (I3-). A extensão desta reação depende do pH e da concentração de iodeto na solução.
Condições básicas favorecem a formação de hipoiodito e iodato. Condições ácidas e na presença de iodeto favorecem a formação de iodo e triiodeto. Assim, as concentrações relativas das espécies de iodo na
solução resultante pode ser bastante variáveis, ácido Hipoiodoso / hipoiodito podem atuar como agentes de iodação , reagindo com compostos orgânicos para formar os compostos orgânicos iodados, como o iodofórmio
que é formado em presença de etanol ou acetona.
Não existe regulamentação para concentração de iodo, iodeto e seus sais em água potável e de lançamento no Brasil
Irídio (Ir) é um dos metais mais raros na Terra, sendo o oitavo elemento do grupo 9 da tabela periódica. Possui atômica número 77 e massa atômica de 192,2.
Suas valências mais comuns são 1, 3 e 4. A abundância média de Ir na crosta da Terra é provavelmente <0,001 ppm, e nas águas subterrâneas é <0,1 mg /L.
Iridium na forma metálica ocorre em ligas com a platina e outros metais como Ru, Rh, Os e Pd.
É usado em ligas com platina em catalisadores, termopares, eletrodos e fios. A química aquosa é controlada pela formação de complexos, embora a solubilidade em águas naturais é desconhecida, já que o
metal somente é atacado por agentes oxidantes muito fortes, que praticamente não existem na natureza.
Seus compostos solúveis são facilmente reduzidos ao metal com agentes redutores e com a matéria orgânica.
Não existe regulamentação para Ir em água potável ou de lançamento no Brasil e nem nos USA.
Itérbio (Yb) é o 14º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 70 e massa atômica de 173,04.
Sua valência em meio aquoso é 3. A abundância média do Yb na crosta da Terra é de 2,8 ppm; em córregos é de 0,05 µg/L(ppb); na água do mar é 0,0008 µg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas. Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia
monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas principais fonte de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de lasers alta potência e granadas. A solubilidade do Yb em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis
são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido estes sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio. Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do Yb em solução é como Yb3+ (incolor). As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion,
dando precipitado branco de Yb(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Yb em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Itrio (Y) é o 2º elemento do grupo 3 e que abrange também a família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica.
Possui número atômico 39 e massa atômica de 88,905. Sua valência em meio aquoso é 3.
A abundância média do Y na crosta da Terra é de 29 ppm; em córregos é de 50 μg/L(ppb); na água do mar é 0,013 μg/L(ppb). Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a xenotima (YPO4) e a areia monazítica suas principais ocorrências.
Seus compostos são usados na fabricação de lasers, vidros óticos, cerâmicas, fósforos e gemas atificiais.
A solubilidade do Y em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto. Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5,
sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis
são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido estes sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio. Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do Y em solução é como Y3+ (incolor). As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion dando precipitado
de branco de Y(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Tm em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Lantânio (La) é o 1º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica.
Possui número atômico 57 e massa atômica de 138,905. Sua valência em meio aquoso é 3.
A abundância média do La na crosta da Terra é de 34 ppm; em córregos é de 0,2 μg/L(ppb); na água do mar é 0,0034 µg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas. Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia
monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas principais fonte de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação vidros óticos, para remoção de fosfato de água e ligas com cério na fabricação de pederneiras (mischmetal).
A solubilidade do La em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos.
Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do La em solução é como La3+ (incolor). As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion,
dando precipitado branco de La(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o La em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
O Lítio (Li) é o segundo elemento do grupo 1 da tabela periódica, conhecido como metais alcalinos. Tem número atômico 3 e massa atômica de 6,94. Seu único estado de oxidação e o 1.
A abundância média de Li na crosta da Terra é de 18 ppm; em solos varia de 14 a 32 ppm; em córregos é de 3 µg/L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg/L.
Os minerais mais importantes contendo lítio são lepidolita, espodumênio, petalita e ambligonita.
Compostos de lítio são usadas em produtos farmacêuticos, lubrificantes, sabonetes, baterias, fluxos de solda, cerâmicas, agentes redutores (por exemplo, lítio borihidreto de alumínio e lítio),
e cosméticos.
Muitos sais de lítio são apenas ligeiramente solúvel em água como o carbonato e fluoreto. Sua concentração na água é controlada pela incorporação em minerais argilosos dos solos por mecanismos de troca iônica.
O lítio é considerado não essencial para plantas e animais, mas é essencial para alguns microrganismos. Alguns sais de lítio são tóxicos por ingestão.
A agência FAO da ONU recomendada nível máximo de lítio em águas de irrigação de 2,5 mg / L. No Brasil não existe regulamentação para o elemento em água.
Lutécio (Lu) é o 15º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica.
Possui número atômico 71 e massa atômica de 174,967. Sua valência em meio aquoso é 3.
A abundância média do Lu na crosta da Terra é de 0,56 ppm; em córregos é de 0,008 µg/L(ppb); na água do mar é 0,00015 µg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas. Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia
monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas principais fontes de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de vidros óticos, cristais para cintiladores e radioisótopos para detecção de tumores. A solubilidade do Lu em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions
fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são
extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio. Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do Lu em solução é como Lu3+ (incolor).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion, dando precipitado branco de Lu(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Lu em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Magnésio (Mg) pertence a família dos metais alcalinos terrosos do grupo 2 da tabela periódica.
Possui número atômico de 12 e massa atômica de 24,30. Sua valência é 2.
A abundância média de Mg na crosta da Terra é de 2,1%; em solos que é de 0,03 a 0,84%; nos córregos é 4 mg / L, e em águas subterrâneas é > 5 mg/L .
O Magnésio ocorre comumente nos minerais magnesita e dolomita . O magnésio é usado em ligas, pirotecnia, agentes de secagem, refratários, fertilizantes, produtos farmacêuticos e alimentos.
A espécie comum aquosa é Mg2 +. O equilíbrio do carbonato para o magnésio é mais complexo do que para o cálcio e condições para a precipitação direta de dolomita em águas naturais não são comuns.
Os sais de magnésio, juntamente com os de cálcio ocasionam a "dureza" da água, que é extremamente prejudicial para água de uso industrial, como em caldeiras e trocadores de calor devido a formação de incrustações e
também limpeza por reagir com sabões a base de ácidos graxos.
O amolecimento químico da água por abrandamento (precipitação com carbonato de sódio), resinas de troca iônica ou osmose reversa, deixam os níveis de cálcio e magnésio em limites aceitáveis para aplicações industriais
e limpezas pessoais e domésticas.
O magnésio é um elemento essencial na clorofila e nas células vermelhas do sangue. Seus sais são utilizados em medicina como purgativos, como o sulfato. O hidróxido além de ser anti-ácido também é purgativo.
Não existe no Brasil um padrão de potabilidade de água específico para o magnésio, mas existe o limite máximo de 500 mg/L para a dureza total que é o somatório das concentrações de Ca e Mg calculados como CaCO3.
Manganês (Mn) é o primeiro elemento do grupo 7 da tabela periódica, tendo número atômico de 25 e massa atômica de 54,94.
Suas valências mais comuns em água são 2, 4 e 7 A abundância média de Mn na crosta da Terra é de 1060 ppm; em solos é de 61-1010 ppm; em córregos que é de 7 µg / L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg / L.
O manganês é associada com minerais de ferro, e ocorre em nódulos no oceano, águas doces, e solos. Os minérios mais comuns são pirolusita(MnO2) e a psilomelana. O manganês é usado em ligas de aço, baterias
e aditivos alimentares.
As espécies comuns aquosa são o Mn2 + e sua forma oxidada pelo oxigênio atmosférico Mn4 +. A química aquosa do manganês é semelhante a do ferro.
Como as águas subterrâneas são muitas vezes anóxicas (sem oxigênio) qualquer manganês solúvel em água subterrânea esta na forma reduzida de Mn2 +. Após a exposição ao ar ou outros oxidantes as águas
freáticas contendo Mn2+ formaram o precipitado negro de MnO2.
Níveis elevados de manganês, portanto, podem causar precipitações na tubulações e manchas em lavandarias, pias e utensílios de cozinha. É considerado um elemento traço essencial para plantas e animais.
A agência FAO da ONU recomendada nível máximo de manganês em águas de irrigação de 0,2 mg /L.
O valor máximo permissível de Mn estabelecido no Brasil para água potável pela Portaria 518 do Ministério da Saúde é de 0,1 mg/L.
Mercúrio (Hg) é o terceiro elemento do grupo 12 da tabela periódica. Tem número atômico 80 e massa atômica de 200,59. Suas valências são 1 e 2.
A abundância média de Hg na crosta da Terra é de 0,09 ppm; em solos é de 30 a 160 ppb, em córregos é de 0,07 µg / L, e em águas subterrâneas é 0,5-1 µg / L.
O mercúrio ocorre livre na natureza, mas a principal fonte é cinábrio (HgS). O mercúrio é utilizado em amálgamas, revestimentos de espelho, lâmpadas fluorescentes, tintas, aparelhos de medição
(termômetros, barômetros, manômetros), produtos farmacêuticos, pesticidas, fungicidas e células eletrolíticas para produção de cloro e soda.
As espécies comuns aquosa são Hg2+, Hg (OH)2 , o Hg° e complexos estáveis com ligantes orgânicos.
O mercúrio inorgânico pode ser metilado no sedimento quando sulfetos estão presentes para formar dimetil mercúrio, Hg(CH3)2, que é muito tóxico e pode se concentrar na cadeia alimentar aquática.
Intoxicação por mercúrio ocorreu no Japão na década de 1950 em Minamata como resultado do consumo de mariscos que tinham acumulado mercúrio. Em tempos passados, o mercúrio era utilizado na na fabricação de feltros
de chapéu ocasionando a doença Hidrargirismo, popularmente chamada de ''síndrome'' do chapeleiro maluco por ocasionar lesões cerebrais.
O mercúrio é considerado não essenciais para as plantas e animais. O mercúrio é largamente utilizado no Brasil nos garimpos, no processo de extração do ouro (amálgama). O problema é em primeira instância ocupacional,
pois o próprio garimpeiro inala o vapor de mercúrio, mas posteriormente, torna-se um problema ambiental pois normalmente nenhuma precaução é tomada e o material acaba por ser descarregado nas águas.
Casos de contaminação já foram identificados na região do Pantanal, no norte brasileiro e em outras.
O peixe é um dos maiores contribuintes para a carga de mercúrio no corpo humano, sendo que o mercúrio mostra-se mais tóxico na forma de compostos organometálicos. A intoxicação aguda pelo mercúrio, no homem,
é caracterizada por náuseas, vômitos, dores abdominais, diarréia, danos nos ossos e morte.
Esta intoxicação pode ser fatal em 10 dias. A intoxicação crônica afeta glândulas salivares, rins e altera as funções psicológicas e psicomotoras.
O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da Saúde é de 0,001 mg/L.
Os efeitos sobre os ecossistemas aquáticos são igualmente sérios, de forma que os padrões de classificação das águas naturais são também bastante restritivos com relação a este parâmetro.
Molibdênio (Mo) é o segundo elemento do grupo 6 da tabela periódica. Possui número atômico de 42 e massa atômica de 95,95.
Suas valências são 2, 3, 4, 5 e 6.
A abundância média de Mo na crosta da Terra é de 1,2 ppm; em solos que é de 2,5 ppm; nos córregos é um µg / L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg /L.
O Molibdênio ocorre naturalmente como molibdenita (MoS2) e wulfenita (PbMoO4). É usado em ligas, pigmentos de tintas , catalisadores e lubrificantes.
As espécies comuns aquosa são HMoO4- , o MoO4 2 - e os complexos orgânicos.
É considerado um elemento traço essencial para plantas e animais.
A agência FAO da ONU recomendada nível máximo para as águas de irrigação é de
0,01 mg/L.
No Brasil não existe regulamentação para o elemento em água.
Neodímio (Nd) é o 4° elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 60 e massa atômica de 144,242.
Sua valência em meio aquoso é 3. A abundância média do Nd na crosta da Terra é de 33 ppm; em córregos é de 0,2 µg/L(ppb); na água do mar é 0,0028 µg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F]
suas principais fontes de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação vidros óticos, lâmpadas e imãs poderosos. A solubilidade do Nd em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH < 5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são
extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Nd em solução é como Nd3+ (lilás).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion, dando precipitado lilás de Nd(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Nd em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Níquel (Ni) é o terceiro elemento do grupo 10 da tabela periódica conhecida como tríade do ferro. Possui número atômico de 28 e massa atômica de 58,69.
Sua valência principal em água é 2.
A abundância média de Ni na crosta da Terra é de 1,2 ppm; em solos é de 2,5 ppm; nos córregos é 1 µg / L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg / L.
O níquel é obtido principalmente de pirrotita e garnierita. O níquel é usado em ligas com ferro conhecidas como inox, imãs, revestimentos de proteção de metais em galvanoplastia, catalisadores e baterias.
A espécie comum aquosa é Ni2 +. Em condições redutoras como na presença de gás sulfídrico pode formar sulfeto insolúvel, enquanto que em condições aeróbias pode formar complexos de níquel com
carbonatos, cianeto, amônia e ligantes orgânicos.
Ele é suspeito de ser um elemento traço essencial para algumas plantas e animais. A agência FAO da ONU recomendada nível máximo para as águas de irrigação é de 200 µg / L.
No Brasil não há regulamentação para o elemento em água potável.
Nióbio (Nb) é o segundo elemento do grupo 5 da tabela periódica, com número atômico de 41 e massa atômica de 92,91. Suas valências são 2, 3,4 e a mais comum 5.
A abundância média do Nb na crosta da Terra é de 20 ppm; e na água do mar é 0,001 ppb, em córregos e em águas subterrâneas sua concentração é extremamente é baixa devido a tendência que o metal tem de
ser hidrolisado em água para formar compostos insolúveis.
Espécies de Nb aquosas são normalmente insolúveis em águas naturais devido a hidrólise, como o Nb5+, que por ser um cátion muito ácido e leva a formação de sais básicos e Nb(OH)5 ,
espécies altamente insolúveis, mas que podem ser complexadas em presença ânion fluoreto formado fluorniobatos solúveis e não hidrolisáveis.
O elemento é comumente associado com os minerais de ferro, cálcio e tantalio, principalmente formando os minerais columbita e pirocloro. O nióbio é usado em ligas de aço, ótica e supercondutores.
Não apresenta finalidade biológica em animais e plantas.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
O Nitogênio(N) é o primeiro elemento do grupo 15 da tabela periódica e possui número atômico 7 e massa atômica de 14,006 . Suas valência mais comuns em meio aquoso são 3 e 5.
A abundância média do N na crosta da Terra é de 20 ppm; em córregos é de 0,24 mg /L e na água do mar é de 0,50 mg/L. É o elemento gasoso principal da atmosfera com concentração de 78% em volume.
É um elemento essencial aos animais e plantas, participando da formação das proteínas que formam todos os tecidos do corpo.
Sua concentração no corpo humano é 2,6%. Na forma inorgânica como amônia e nitratos é largamente usado como fertilizantes e fabricação de explosivos e para produzir atmosfera inerte.
Na forma de nitrogênio liquido é usado como fluido refrigerante e na preservação de embriões. Ocorre naturalmente na forma de minerais em regiões desérticas e secas como o salitre (NaNO3) e o salitre
do chile (KNO3).
Algumas plantas, como as leguminosas possuem capacidade de fixa-lo no solo, o que acarreta em aumento da sua fertilidade.
51.1 - Série de Nitrogênio - (amônia, nitrato, nitrito e nitrogênio orgânico)
São diversas as fontes de nitrogênio nas águas naturais. Os esgotos sanitários constituem em geral a principal fonte, lançando nas águas nitrogênio orgânico devido à presença de proteínas e nitrogênio amoniacal,
devido à hidrólise sofrida pela uréia na água.
Alguns efluentes industriais também concorrem para as descargas de nitrogênio orgânico e amoniacal nas águas, como algumas indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, de conservas alimentícias,
matadouros, frigoríficos e curtumes.
A atmosfera é outra fonte importante devido a diversos mecanismos:
fixação biológica desempenhada por bactérias e algas, que incorporam o nitrogênio atmosférico em seus tecidos, contribuindo para a presença de
nitrogênio orgânico nas águas;
a fixação química, reação que depende da presença de luz, concorre para as presenças de amônia e nitratos nas águas;
as lavagens da atmosfera poluída pelas águas pluviais concorrem para as presenças de partículas contendo nitrogênio orgânico bem como para a dissolução de amônia e nitratos;
nas áreas agrícolas, o escoamento das águas pluviais pelos solos fertilizados também contribui para a presença de diversas formas de nitrogênio;
também nas áreas urbanas, as drenagens de águas pluviais associadas às deficiências do sistema de limpeza pública, constituem fonte difusa de difícil caracterização.
Como visto, o nitrogênio pode ser encontrado nas águas nas formas de nitrogênio orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato. As duas primeiras chamam-se formas reduzidas e as duas últimas, formas oxidadas.
Pode-se associar a idade da poluição com a relação entre as formas de nitrogênio.
Ou seja, se for coletada uma amostra de água de um rio poluído e as análises demonstrarem predominância das formas reduzidas significa que o foco de poluição se encontra próximo.
Se prevalecer nitrito e nitrato, ao contrário, significa que as descargas de esgotos se encontram distantes.
Nas zonas de autodepuração natural em rios, distinguem-se as presenças de nitrogênio orgânico na zona de degradação, amoniacal na zona de decomposição ativa, nitrito na zona de recuperação e nitrato na zona de águas limpas.
Os compostos de nitrogênio são nutrientes para processos biológicos. São tidos como macronutrientes, pois, depois do carbono, o nitrogênio é o elemento exigido em maior quantidade pelas células vivas.
Quando descarregados nas águas naturais conjuntamente com o fósforo e outros nutrientes presentes nos despejos, provocam o enriquecimento do meio tornando-o mais fértil e possibilitam o crescimento em maior extensão
dos seres vivos que os utilizam, especialmente as algas, o que é chamado de eutrofização.
Quando as descargas de nutrientes são muito fortes, dá-se o florescimento muito intenso de gêneros que predominam em cada situação em particular. Estas grandes concentrações de algas podem trazer prejuízos aos usos que
se possam fazer dessas águas, prejudicando seriamente o abastecimento público ou causando poluição por morte e decomposição.
O controle da eutrofização, através da redução do aporte de nitrogênio é comprometida pela multiplicidade de fontes, algumas muito difíceis de serem controladas como a fixação do nitrogênio atmosférico, por parte de
alguns gêneros de algas.
Por isso, deve-se investir preferencialmente no controle das fontes de fósforo.
Deve ser lembrado também que os processos de tratamento de esgotos empregados atualmente no Brasil não são otimizados para a remoção de nutrientes e os efluentes finais tratados liberam grandes quantidades destes que
também podem dar margem à ocorrência do processo de eutrofização.
Nos reatores biológicos das estações de tratamento de esgotos, o carbono, o nitrogênio e os fósforo, têm que estar em proporções adequadas para possibilitar o crescimento celular sem limitações nutricionais.
Com base na composição das células dos microrganismos que formam parte dos tratamentos, costuma-se exigir uma relação DBO5,20:N:P mínima de 100:5:1 em processos aeróbios e uma relação DQO:N:P de
pelo menos 350:7:1 em reatores anaeróbios.
Deve ser notado que estas exigências nutricionais podem variar de um sistema para outro, principalmente em função do tipo de substrato. Os esgotos sanitários são bastante diversificados em compostos orgânicos, já
alguns efluentes industriais possuem composição bem mais restrita, com efeito sobre o ecossistema a ser formado nos reatores biológicos para o tratamento e sobre a relação C/N/P.
No tratamento de esgotos sanitários, estes nutrientes se encontram em excesso, não havendo necessidade de adicioná-los artificialmente, ao contrário, o problema está em removê-los.
Alguns efluentes industriais, como é o caso dos efluentes de fábricas de celulose, que são compostos basicamente de carboidratos, não possuindo praticamente nitrogênio e fósforo, estes devem ser adicionados de forma
a perfazer as relações recomendadas, utilizando-se para isto uréia granulada, rica em nitrogênio e fosfato de amônia que possui nitrogênio e fósforo, dentre outros produtos comerciais.
A amônia é um tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo que muitas espécies não suportam concentrações acima de 5 mg/L. Além disso, como visto anteriormente, a amônia provoca consumo de oxigênio dissolvido
das águas naturais ao ser oxidada biologicamente, a chamada DBO de segundo estágio. Por estes motivos, a concentração de nitrogênio amoniacal é importante parâmetro de classificação das águas naturais e normalmente
utilizado na constituição de índices de qualidade das águas.
Os nitratos são tóxicos, causando uma doença chamada metahemoglobinemia infantil, que é letal para crianças (o nitrato se reduz a nitrito na corrente sangüínea, competindo com o oxigênio livre, tornando o sangue azul).
Por isso, o nitrato é padrão de potabilidade, sendo 10 mg/L como N o valor máximo permitido pela Portaria 518.
Todas estas formas de nitrogênio em água potável são regulamentadas pela portaria 518 do Ministério da Saúde, devido ao caráter de serem contaminantes :
Forma de Nitrogênio | Especificação Máxima (mg/L) |
Amônia (NH3) | 1,5 |
Nitrato (como N) | 10 |
Nitrito (como N) | 1 |
Ósmio (Os) é um dos metais mais raros na crosta terrestre sendo o sétimo elemento do grupo 8 da tabela periódica, tem número atômico 76 e massa atômica de 190,2.
Suas valências são 3, 4 e 6, e menos comumente 1, 2, 5, 7 e 8.
A abundância média de Os na crosta da Terra é provavelmente <0,005 ppm, e nas águas subterrâneas é <0,01 mg / L. Ósmio ocorre no mineral iridosima associado ao irídio e nas areias de platiníferas rio.
Ósmio é usado como um endurecedor em ligas com irídio e como um catalisador junto com a platina. Seu composto volátil OsO4 é usado em microscopia, Já que em presença de matéria orgânica sofre redução ao metal,
deixando contraste negro.
A química aquosa é controlada por compostos complexos, embora a solubilidade em águas naturais é desconhecida.
No Brasil não há regulamentação para o elemento em água potável e efluentes.
Ouro (Au) é um metal raro sendo o terceiro elemento do grupo 11 da tabela periódica. Possui número atômico de 79 e massa atômica 196,97.
Suas valências são 1 e 3 formando compostos aurosos e aurícos. A abundância média do Au na crosta terrestre é 0,004 ppm; em córregos é de 2 µ g / L, e nas águas subterrâneas é <0,1 mg/L.
O Ouro ocorre na forma nativa, e está associado com quartzo ou pirita.
Os principais usos do ouro são na joalheria, como lastro monetário, em odontologia, eletrônica e na indústria aeroespacial. A solubilidade do ouro é restrita a águas ácidas na presença de agentes oxidantes e
cloretos, ou em soluções alcalinas na presença de sulfeto de hidrogênio.
Sua solubilidade pode ser influenciada por ácidos orgânicos naturais, por ser facilmente reduzido ao metal pela matéria orgânica. Compostos complexos de ouro contendo tiossulfato e cianeto possuem toxicidade para o
homem.
A mineração do ouro é muito danosa ao meio ambiente principalmente pela contaminação das águas de rios com cianeto e mercúrio, que são agentes de extração usados nas minas e garimpos.
Não é essencial para as plantas e animais.
Não existe regulamentação para Au em água potável ou de lançamento no Brasil e nem nos USA.
O Oxigênio é o primeiro elemento do grupo 16 da tabela periódica, com número atômico de 8 e massa atômica de 15,999. Sua valência é 2 e se apresenta no estado gasoso.
A abundância média do Oxigênio na crosta da Terra é de 46% e na água é 88%. É o mais abundante elemento do planeta. Compõe aproximadamente 61% em massa do corpo humano.
Se apresenta com 21% em volume da atmosfera terrestre.
É tão abundante na Terra que forma praticamente todos os minerais, seja na forma de óxidos, silicatos e inclusive a água. Além da água ser vital para a vida, também na forma elementar como O2
exerce papel fundamental para os animais e plantas na respiração.
Praticamente todo o oxigênio atmosférico é liberado pelos vegetais durante o processo de fixação do CO2 em presença de luz solar na fotossíntese.
Também é encontrado nas camadas superiores da atmosfera na forma de Ozônio (O3) que tem importante papel da filtragem dos raios ultravioletas que atingem a superfície do planeta.
54.1 - Oxigênio Dissolvido (OD)
O oxigênio proveniente da atmosfera se dissolve nas águas naturais, devido à diferença de pressão parcial. Este mecanismo é regido pela Lei de Henry, que define a concentração de saturação (CSAT) de um gás na água,
em função da temperatura:
CSAT = α.Pgás |
onde α é uma constante que varia inversamente proporcional à temperatura e Pgás é a pressão exercida pelo gás sobre a superfície do líquido.
No caso do oxigênio, considerando-se como constituinte de 21% da atmosfera, pela lei de Dalton, exerce uma pressão de 0,21 atm. Para 20°C, por exemplo, α é igual a 43,9 e, portanto, a concentração de saturação de
oxigênio em uma água superficial é igual a 43,9 x 0,21 = 9,2 mg/L.
É muito comum em livros de química, a apresentação de tabelas de concentrações de saturação de oxigênio em função da temperatura, da pressão e da salinidade da água.
A taxa de reintrodução de oxigênio dissolvido em águas naturais através da superfície, depende das características hidráulicas e é proporcional à velocidade, sendo que a taxa de reaeração superficial em uma cascata é
maior do que a de um rio de velocidade normal, que por sua vez apresenta taxa superior à de uma represa, onde a velocidade normalmente é bastante baixa.
Outra fonte importante de oxigênio nas águas é a fotossíntese de algas. Este fenômeno ocorre em águas poluídas ou, mais propriamente, em águas eutrofizadas, ou sejam, aquelas em que a decomposição dos compostos
orgânicos lançados levou à liberação de sais minerais no meio, especialmente os de nitrogênio e fósforo, que são utilizados como nutrientes pelas algas.
Em decorrência da fotossíntese, no período noturno observa-se uma redução na concentração de OD, voltando ao seu nível normal durante o período diurno pela liberação do O2.
Esta fonte, não é muito significativa nos trechos iniciais de rios à jusante de fortes lançamentos de esgotos. A turbidez e a cor elevadas dificultam a penetração dos raios solares e apenas poucas espécies resistentes
às condições severas de poluição conseguem sobreviver.
A contribuição fotossintética de oxigênio só é expressiva após grande parte da atividade bacteriana na decomposição de matéria orgânica ter ocorrido, bem como após terem se desenvolvidos também os protozoários que,
além de decompositores, consomem bactérias clarificando as águas e permitindo a penetração de luz.
Este efeito pode "mascarar" a avaliação do grau de poluição de uma água, quando se toma por base apenas a concentração de oxigênio dissolvido. Sob este aspecto, águas poluídas são aquelas que apresentam baixa
concentração de oxigênio dissolvido (devido ao seu consumo na decomposição de compostos orgânicos), enquanto que as águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido elevadas, chegando até a um pouco
abaixo da concentração de saturação.
No entanto, uma água eutrofizada pode apresentar concentrações de oxigênio bem superiores a 10 mg/L, mesmo em temperaturas superiores a 20°C, caracterizando uma situação de supersaturação.
Isto ocorre principalmente em lagos de baixa velocidade onde chegam a se formar crostas verdes de algas à superfície.
Na medida em que a poluição (esgotos) contribui com matéria orgânica que demanda oxigênio para ser oxidada pelos microorganismos e também com nutrientes, o que favorece o crescimento, caso não haja um equilíbrio da
quantidade de oxigênio fornecido entre o que é necessário para realização destes processos, a poluição poderá provocar uma diminuição nas concentrações de OD.
Se a matéria orgânica é formada no lago por exemplo, para o crescimento de algas, pelo menos algum oxigênio será produzido durante o crescimento para compensar a eventual perda de oxigênio durante a decomposição.
No entanto, em lagos onde uma grande parte da matéria orgânica é trazido de fora, a produção de oxigênio e consumo de oxigênio não são equilibradas o que leva a uma diminuição da concentração de OD,
chegando muitas vezes a níveis tão críticos que impedem a respiração de peixes e outras espécies aquáticas.
O desenvolvimento da falta de oxigenação (anoxia) em lagos é mais pronunciada em sistemas termicamente estratificados no verão e sob o gelo no inverno, quando a massa de água é isolada da atmosfera.
Além dos efeitos diretos sobre organismos aeróbicos, a anoxia pode levar a aumento da liberação de fósforo de sedimentos que podem ser alimentos para as algas quando levados para a zona eufótica
superior (iluminado).
A anoxia também leva ao acúmulo de compostos quimicamente reduzidos, como amônia e sulfeto de hidrogênio (H2S) que podem ser tóxicos para os organismos aquáticos.
Em casos extremos, súbita mistura de H2S na parte superior da coluna de água pode causar mortandade de peixes.
Nas lagoas de estabilização fotossintéticas, usadas para o tratamento de esgotos, recorre-se a esta fonte natural de oxigênio para a decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos heterotróficos que,
por sua vez, produzem gás carbônico que é matéria prima para o processo fotossintético.
Esta simbiose pode ser representada pelo esquema da figura a seguir:
Simbiose entre bactérias e algas em lagoas de estabilização
Existem outros processos de tratamento de esgotos em que a aeração do meio é feita artificialmente, empregando-se aeradores superficiais eletro-mecânicos ou máquinas sopradoras de ar em tubulações contendo difusores
para a redução dos tamanhos das bolhas.
Novos sistemas de aeração vem sendo continuamente desenvolvidos. São utilizados também processos nos quais, ao invés de aeração, introduz-se oxigênio puro diretamente no reator biológico.
Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de esgotos.
Através de medição do teor de oxigênio dissolvido, os efeitos de resíduos oxidáveis sobre águas receptoras e a eficiência do tratamento dos esgotos, durante a oxidação bioquímica, podem ser avaliados.
Os níveis de oxigênio dissolvido também indicam a capacidade de um corpo d'água natural manter a vida aquática.
54.2 - Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
A DBO de uma água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável. A DBO é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica. Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20°C é freqüentemente usado e referido como DBO5,20.
Na figura a seguir sintetiza-se o fenômeno da degradação biológica de compostos que ocorre nas águas naturais, que também se procura reproduzir sob condições controladas nas estações de tratamento de esgotos e,
particularmente durante a análise da DBO.
Metabolismo de microrganismos heterotróficos
Neste esquema, apresenta-se o metabolismo dos microrganismos heterotróficos, em que os compostos orgânicos biodegradáveis são transformados em produtos finais estáveis ou mineralizados, tais como água, gás carbônico,
sulfatos, fosfatos, amônia, nitratos, etc.
Nesse processo há consumo de oxigênio da água e liberação da energia contida nas ligações químicas das moléculas decompostas. Os microrganismos desempenham este importante papel no tratamento de esgotos,
pois necessitam desta energia liberada, além de outros nutrientes que por ventura não estejam presentes em quantidades suficientes nos despejos, para exercer suas funções celulares tais como reprodução e locomoção,
o que genericamente se denomina síntese celular.
Quando passa a ocorrer insuficiência de nutrientes no meio, os microrganismos sobreviventes passam a se alimentar do material das células que têm a membrana celular rompida. Este processo se denomina respiração endógena.
Finalmente, há neste circuito, compostos que os microrganismos não são capazes de romper suas ligações químicas, permanecendo inalterados. Ao conjunto destes compostos dá-se o nome de resíduo não biodegradável ou
recalcitrante.
Pelo fato de a DBO somente medir a quantidade de oxigênio consumido num teste padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem leva em consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre a
atividade microbiana.
Os maiores aumentos em termos de DBO, num corpo d'água, são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir à completa extinção do oxigênio na
água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática.
Um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da microflora presente e interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis e, ainda, pode obstruir os filtros de areia
utilizados nas estações de tratamento de água.
No campo do tratamento de esgotos, a DBO é um parâmetro importante no controle das eficiências das estações, tanto de tratamentos biológicos aeróbios e anaeróbios, bem como físico-químicos
(embora de fato ocorra demanda de oxigênio apenas nos processos aeróbios, a demanda "potencial" pode ser medida à entrada e à saída de qualquer tipo de tratamento).
Na legislação do Estado de São Paulo, o Decreto Estadual n.º 8468, a DBO5,20 de cinco dias é padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d'água, sendo exigidos ou uma DBO5,20 máxima de 60 mg/L ou
uma eficiência global mínima do processo de tratamento na remoção de DBO5,20 igual a 80%. Este último critério favorece aos efluentes industriais concentrados, que podem ser lançados
com valores de DBO5,20 ainda altos, mesmo removida acima de 80%.
A carga de DBO, expressa em Kg/dia é um parâmetro fundamental no projeto das estações de tratamento biológico. Dela resultam as principais características do sistema de tratamento como áreas e volumes de tanques,
potências de aeradores, etc.
A carga de DBO pode ser obtida do produto da vazão pela concentração de DBO. Por exemplo, em uma indústria já existente que se pretenda instalar um sistema de tratamento, pode-se estabelecer um programa de medições de
vazão e de análises de DBO, obtendo-se a carga através do produto dos valores médios.
O mesmo pode ser feito em um sistema de esgotos sanitários já implantado. Na impossibilidade, costuma-se recorrer a valores unitários estimativos.
No caso de esgotos sanitários, é tradicional no Brasil a adoção de uma contribuição "per capita" de DBO5,20 de 54 g/hab.dia.
Porém, há a necessidade de melhor definição deste parâmetro através de determinações de cargas de DBO em bacias de esgotamento com população conhecida. No caso dos efluentes industriais, também costuma-se
estabelecer contribuições unitárias de DBO em função de unidades de massa ou de volume de produto processado.
Na tabela a seguir são apresentados valores típicos de concentração e contribuição unitária de DBO5,20
Tipo de Efluente | Concentração DBO5,20 (mg/L) | Contribuição Unitária de DBO5,20 (kg/dia) | ||
Faixa | Valor Típico | Faixa | Valor Típico | |
Esgoto sanitário | 110-400 | 220 | --- | 54 g/hab.dia |
Celulose branqueada (processo Kraft) | - | 300 | 29,2 a 42,7 kg/t | - |
Têxtil | 250-600 | |||
Laticínio | 1.000-1.500 | - | 1,5-1,8 kg/m3 leite | - |
Abatedouro bovino | 1.125 | 6,3 kg/1.000 kg Peso vivo | ||
Curtume (ao cromo) | - | 2.500 | - | 88 kg/t pele salgada |
Cervejaria | 1.718 | 10,4 kg/m3 cerveja | ||
Refrigerante | - | 1.188 | - | 4,8 kg/m3 refrigerante |
Suco cítrico concentrado | 2,0 kg/1000 kg laranja | |||
Petroquímica | - | - | - | - |
Açúcar e álcool | 25.000 | |||
Fontes: Braile e Cavalcanti e CETESB |
54.3 - Demanda Química de Oxigênio (DQO)
É a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica através de um agente químico. Os valores da DQO normalmente são maiores que os da DBO, sendo o teste realizado num prazo menor.
O aumento da concentração de DQO num corpo d'água se deve principalmente a despejos de origem industrial.
A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais. A DQO é muito útil quando utilizada conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de
despejos.
Sabe-se que o poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante a ação de microrganismos, exceto raríssimos casos como hidrocarbonetos aromáticos e piridina. Desta forma os resultados da
DQO de uma amostra são superiores aos de DBO.
Como na DBO mede-se apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO significa que mais facilmente biodegradável será o efluente.
É comum aplicar-se tratamentos biológicos para efluentes com relações DQO/DBO de 3/1, por exemplo.
Mas valores muito elevados desta relação indicam grandes possibilidades de insucesso, uma vez que a fração biodegradável torna-se pequena, tendo-se ainda o tratamento biológico prejudicado pelo efeito tóxico sobre os
microrganismos exercido pela fração não biodegradável.
A DQO tem se demonstrado um parâmetro bastante eficiente no controle de sistemas de tratamentos anaeróbios de esgotos sanitários e de efluentes industriais. Após o impulso que estes sistemas tiveram em seus
desenvolvimentos a partir da década de 70, quando novos modelos de reatores foram criados e muitos estudos foram conduzidos, observa-se o uso prioritário da DQO para o controle das cargas aplicadas e das eficiências
obtidas.
A DBO nestes casos tem sido utilizada apenas como parâmetro secundário, mais para se verificar o atendimento à legislação, uma vez que tanto a legislação federal quanto a do Estado de São Paulo não incluem a DQO.
Parece que os sólidos carreados dos reatores anaeróbios devido à ascensão das bolhas de gás produzidas ou devido ao escoamento, trazem maiores desvios nos resultados de DBO do que nos de DQO.
Outro uso importante que se faz da DQO é para a previsão das diluições das amostras na análise de DBO. Como o valor da DQO é superior, e pode ser obtido no mesmo dia da coleta, poderá ser utilizado para balizar as
diluições.
No entanto, deve-se observar que as relações DQO/DBO são diferentes para os diversos efluentes e que, para um mesmo efluente, a relação se altera mediante tratamento, especialmente o biológico.
Desta forma, um efluente bruto que apresente relação DQO/DBO igual a 3/1, poderá, por exemplo, apresentar relação da ordem de 10/1 após tratamento biológico, que atua em maior extensão sobre a DBO.
Paládio (Pd) é um metal precioso, sendo o sexto elemento do grupo 10 da tabela periódica, tem número atômico de 46 e massa atômica de 106,42. Suas valências são 2 e 4.
O Paládio ocorre associado com a Platina na natureza. É utilizado em ligas para fazer relés elétricos, catalisadores, em ligas com ouro denominada "ouro branco" e em galvanoplastia na forma de revestimento metálico.
Não são conhecidos até o momento efeitos tóxicos.
A agência FAO da ONU recomendada nível máximo para as águas de irrigação de 5 mg / L.
No Brasil não há regulamentação para o elemento em água potável e efluentes.
Platina (Pt) é um metal precioso, raro, sendo o nono elemento do grupo 10 da tabela periódica, com número atômico de 78, e massa atômica de 195,1.
Suas valências são 2 e 4.
A abundância média de Pt na crosta da Terra é provavelmente <0,01 ppm, e nas águas subterrâneas é <0,1mg / L.
A platina é geralmente encontrada em seu estado nativo, mas também pode ser encontradas como sperrylita (PtAs2).
A platina é utilizada como um catalisador, utensílios de laboratório, jóias e como material cirúrgico. A química aquosa em águas naturais é relativamente desconhecida, embora a sua solubilidade é
provavelmente controlada por compostos complexos com haletos.
Na forma de pó pode inflamar gases como o hidrogênio devido as suas propriedades catalíticas.
Seus sais solúveis são tóxicos por inalação.
No Brasil não há regulamentação para o elemento em água potável e efluentes.
O Potássio (K) é o quarto elemento do grupo 1 da tabela periódica, tendo número atômico 19 e massa atômica de 39,10. Sua valência é 1.
A abundância média de K na crosta da Terra é de 1,84%; em solos tem uma faixa de 0,1 a 2,6%; em córregos sua concentração é em torno de 2,3 mg / L, em águas subterrâneas tem uma faixa de 0,5 a 10 mg /L.
O potássio é comumente associado com minerais de alumínio, como feldspatos. O isótopo 40K é radioactivo e ocorre naturalmente com uma meia-vida de 1,3 × 109 anos.
Os compostos de potássio são usados em vidro, fertilizantes, alimentos, rações refrigerantes, explosivos, galvanoplastia, higiene, medicamentos e pigmentos, principalmente.
O potássio é um elemento essencial para plantas e animais sendo um componente vital para a nutrição humana. O ocorre em águas subterrâneas como resultado da dissolução de minerais, da decomposição de matéria
vegetal e de resíduos agrícolas.
Um fato digno de se notar que as mesmas rochas que são decompostas pelos fenômeno geológicos como o intemperismo e lixiviação pela água contendo ácido carbônico, apresentam o elemento sódio.
No final destes processos o potássio em vez de ser arrastado para os rios e depois para o mar, como ocorre com o sódio, acaba ficando retido no solo por absorção em outros minerais, geralmente por troca iônica.
A concentração de potássio nos oceanos é 27 vezes menor que a de sódio. O seu raio atômico maior que o do sódio o torna preferencial nestes mecanismos de absorção pelo solo e inclusive também pelas plantas
terrestres que apresentam cinzas ricas em carbonato de potássio.
Plantas marinhas originam cinzas contendo carbonato de sódio.
No Brasil não há regulamentação para o elemento em água potável e efluentes.
Praseodímio (Pr) é o 3º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica.
Possui número atômico 59 e massa atômica de 140,907.
Sua valência em meio aquoso é 3, podendo ocorrer no estado de oxidação 4 em compostos sólidos. A abundância média do Pr na crosta da Terra é de 8,7 ppm; em córregos é de 0,03 µg/L(ppb);
na água do mar é 0,0006 µg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F]
suas principais fontes de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação vidros óticos, cristais para cintiladores e radioisótopos para detecção de tumores. A solubilidade do Pr em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato,
carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos.
Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Pr em solução é como Pr3+(verde).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion dando precipitado de verde de Pr(OH)3 em pH >7, que ao ser
secado se torna escuro formando o óxido misto de Pr+3 e Pr+4 de fórmula Pr6O11.
Não existe regulamentação para o Pr em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Prata (Ag) é o segundo elemento do grupo 11 da tabela periódica, tem um número atômico de 47 e massa atômica de 107,87.
Suas valências são 1 e 2, sendo a um mais comum na química aquosa do elemento.
A abundância média de Ag na crosta da Terra é de 0,08 ppm; em córregos é de 0,3 µg / L, em água potável dos EUA é de 0,23 µg / L, e nas águas subterrâneas é <0,1 µg / L.
Prata ocorre em seu estado nativo e em combinação com muitos elementos , tais como argentita (Ag2S) e prata córnea (AgCl).
Minérios de chumbo e cobre também podem conter prata.
A prata é amplamente utilizado em fotografia, pratarias, jóias, espelhos, baterias e pilhas. O iodeto de prata tem sido usado na semeadura de nuvens para provocar chuvas e o óxido de prata é usado como desinfetante
para água.
Em água ácida o cátion Ag+ é predominante e em água com alta concentração de cloreto uma série de complexos ocorrem. Sua solubilidade em água esta fortemente relacionada com a presença dos íons cloretos
e sulfetos, que em excesso, tendem a deslocar o equilíbrio químico para a formação de compostos de baixa solubilidade e com isso levando a sua precipitação.
A prata não é essencial para as plantas e animais. Prata pode causar a doença Argiria, uma permanente, descoloração azul-acinzentada da pele e os olhos, que dão uma aparência fantasmagórica.
Concentrações na faixa de 0,4 a 1 mg / L causaram alterações patológicas nos rins, fígado e baço de ratos.
Efeitos tóxicos em peixes em água doce têm sido observados em concentrações tão baixas como 0,17 µg / L. Para a vida aquática de água doce, prata total não deve exceder 1,2 mg /L.
O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da Saúde não é estabelecido para a prata, mas é de 0,1 mg/L pelo CONAMA 397 Art.1
Rênio (Re) é o terceiro elemento do grupo 7 na tabela periódica, com um número atômico de 75, massa atômica de 186,21 e valências de 1 a 7, sendo a valência 7 a mais estável.
É um dos elementos mais raros com uma abundância média de Re na crosta da Terra de 2,6 ppb e em águas subterrâneas quase não é detectado.
Na água do mar sua concentração é em torno de 0,001 ppb. Rênio é encontrado principalmente minérios de molibdênio de onde é recuperado como sub-produto.
É usado em ligas com tungstênio e molibdênio, na fabricação de termopares e filamentos de lâmpadas.
Em solução aquosa sua forma mais estável é como o ânion Perrenato (ReO4-) no estado de oxidação 7.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
Ródio (Rh) é o quinto elemento do grupo 9 da tabela periódica, tem um número atômico de 45, massa atômica 102,91. Suas valências variam de 1 a 6, sendo as mais comum 1 e 3.
O ródio é encontrada em seu estado nativo associado a platina . É usado em ligas de platina para termopares, contatos elétricos, catalisadores automotivos e em joalheria.
É um elemento precioso e extremamente raro. Sua abundância na crosta terrestre é de 0,7 ppb e na água do mar é <0,001 ppb. Em água tende a formar e se estabilizar como complexos, principalmente com haletos.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
Rubídio (Rb) é o quinto elemento do grupo 1 da tabela periódica e possui número atômico 37 e massa atômica de 85,46. Sua única valência em água é 1.
A abundância média do Rb na crosta da Terra é de 60 ppm; em córregos é de 1 µg /L e na água do mar é de 0,12 mg/L.
Parece ser um elemento não essencial aos animais, mas se acumula no corpo humano junto com o potássio e tem uma concentração de 4,6 mg/kg.
O Rubídio é encontrado em mica lepidolita , biotita, feldspato e carnallita, junto com o potássio e em fontes de água mineral. Compostos de rubídio são usados em ótica e em eletrônica.
Não existe regulamentação para Rubídio em água potável ou de lançamento no Brasil e nem nos USA.
Rutênio (Ru) é o quarto elemento do grupo 8 da tabela periódica, tem um número atômico de 44, massa atômica 101,07. Suas valências variam de 1 a 8, sendo as mais comum 2, 3 e 4.
O Ru é encontrada em seu estado nativo associado a platina.
É usado em ligas de platina , contatos elétricos, catalisadores e em joalheria. É um elemento extremamente raro.
Sua abundância na crosta terrestre é de 1 ppb e na água do mar é <0,0007 ppb. Em água tende a formar e se estabilizar como complexos, principalmente com haletos.
Complexado com cloreto sua colação alaranjada pode ser detectada visualmente em concentração de 1,0 mg/L.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
Samário (Sm) é o 6º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 62 e massa atômica de 150,36.
Sua valência em meio aquoso é 3, podendo ocorrer no estado de oxidação 2 em compostos sólidos. A abundância média do Sm na crosta da Terra é de 6,0 ppm; em córregos é de 0,03 µg/L(ppb);
na água do mar é 0,00045 µg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas. Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia
monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F] suas principais fontes de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação vidros óticos, imãs, em medicina nuclear e síntese orgânica. A solubilidade do Sm em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH > 5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos.
Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais. Em meio ácido este sais possuem
tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio.
Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA. A forma estável do Sm em solução é como Sm3+ (incolor).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion dando precipitado de branco de Sm(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Sm em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Selênio (Se) é o terceiro elemento do Grupo 16 da tabela periódica, tem um número atômico de 34 e massa atômica de 78,96. Sua valências são 2, 4 ou 6.
A abundância média de Se na crosta da Terra é de 50 ppb; em córregos que é de 0,2 µg / L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg / L. O selênio é usado em eletrônica, vidros, cerâmica e shampoos.
A fração inorgânica de selênio dissolvido consiste predominantemente de selênio como o selenato de íons (SeO42-), designados como Se (VI) e selênio como o íon selenito (SeO32-),
Se (IV).
Outras espécies comuns aquosas incluem Se2-, HSe- e o Se0. O selênio é considerado um elemento traço não essencial para a maioria das plantas, mas é um nutriente essencial
traço para a maioria dos animais, sendo conhecidas doenças por deficiência de selênio na medicina veterinária.
Forma os aminoácidos selenocisteina e selenometionina que ocorrem em diversas enzimas e proteínas animais. Acima dos níveis de traços, o selênio ingerido é tóxico para animais e podem ser tóxicos aos seres humanos.
Enquanto a concentração de selênio da maioria das águas naturais é baixa, a água dos poços em solos selenífero pode conter até centenas ou milhares de µg/L. Certas plantas que crescem em áreas de grandes
concentrações de selênio podem acumular o elemento e se tornam tóxicas para o gado.
Água drenada deste tipo de solo podem causar poluição ambiental grave e toxicidade na vida selvagem. Íons selenodisulfeto podem ocorrer na presença de sulfeto de hidrogênio em alagados, solos anóxicos.
Compostos de Se derivados da degradação microbiana da matéria orgânica selenífera, incluem selenito, selenato , compostos orgânicos voláteis como dimetilseleneto, dimetildiseleneto.
Compostos não voláteis orgânicos de selênio podem ser libertados para a água por processos microbianos.
Selênio solúvel pode ser lixiviado das cinzas de carvão e cinzas atmosféricas em usinas termoelétricas que queimam carvão selenífero.
O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da Saúde é de 0,01 mg/L.
O Silício (Si) é o segundo elemento do grupo 14 da tabela periódica e possui número atômico 14 e massa atômica de 28,085. Sua valência em meio aquoso é 4.
A abundância média do Si na crosta da Terra é de 28% sendo portanto o segundo elemento mais abundante depois do oxigênio; em córregos é de 5 ppm e na água do mar é de 1 ppm.
Silício não ocorre livre na natureza, mas sim como sílica livre (SiO2), na forma cristalina (quartzo, cristal de rocha, ametista, etc), microcristalina (sílex, jaspe, etc) e variedades de quartzo,
como principal componente da areia e arenito.
O silício é encontrado em combinação com outros elementos em silicatos, representada por feldspato, hornblenda, mica, amianto e outros minerais de argila. Silicatos também ocorrem em rochas, como granito, basalto e
xisto.
O silício portanto é geralmente relatado como sílica (SiO2) quando as rochas, sedimentos, solos e água são analisados.
Muitos animais marinhos possuem seu esqueleto formado por sílica, como as diatomáceas, algumas esponjas e protozoários.
Devido a abundância da sílica (SiO2) na natureza o entendimento da química de suas soluções são vital de importância em todos os processos que utilizam a água natural.
A abundância média de sílica em diferentes tipos de rochas é de 7 a 80%, em solos típicos 50 a 80%, e em águas superficiais e subterrâneas 14 mg / L.
É uma substância essencial aos animais e plantas e sua concentração no corpo humano é de 260 ppm.
O maior risco que a sílica oferece a saúde é por inalação, já que acumulando-se nos pulmões provoca uma seria doença ocupacional conhecida como Silicose. Os limites para inalação de poeiras contendo sílica
nas frações respirável e total são regulamentos em todos os paises.
No Brasil o Ministério do Trabalho na NR15 apresenta os valores máximos permitidos em função do teor de sílica como quartzo na poeira:
%SiO2(Quartzo) na Poeira | Poeira Total (mg/m3) Máximo | Poeira Respirável (mg/m3) Máximo |
0 | 8 | 4 |
1 | 6 | 2,7 |
10 | 1,8 | 0,7 |
Na presença de sais de magnésio e cálcio a sílica solúvel pode formar depósitos em caldeiras e turbinas a vapor. As formas comuns aquosa de sílica são como ácidos
silícicos H4SiO4 e H3SiO4, sendo a maioria dos silicatos metálicos insolúveis, com exceção dos silicatos de metais alcalinos como sódio e potássio.
Em água ele pode aparecer em 3 formas distintas: reativa ou solúvel , coloidal e suspensa (ex. areia). A silica solúvel é aquela que reage com os reagentes analíticos (molibdato)
por estar dissolvida e dissociada, enquanto que as demais não apresentam reação.
Portanto a sílica reativa é uma fração da sílica total.
A sílica dissolvida em água pode formar diversos ácidos silícicos no equilíbrio como o ácido monosilícico (H4SiO4).
SiO2 + H2O ⇔ H4SiO4 |
Depois de formado o ácido monosilícico tende a sofrer ionização segundo a equação:
H4SiO4 ⇔ H3SiO4-+H+ |
Assim o ácido monosilicico é pouco ionizado em níveis de pH da água natural. A pH 8,5 sua ionização é em torno de 10% e entre pH 9 e 10 é aproximadamente 50%. A medida que o pH aumenta, mais ácido silícico se
dissocia provocando aumento na solubilidade da sílica em água, que pode estar presente na forma insolúvel(coloidal ou suspensa), conforme é mostrado nas figuras abaixo.
Aumentando a temperatura também provoca-se aumento da solubilização da sílica. Se os dois fatores atuarem juntos a solubilização será maior ainda, o que trás sérios problemas para sistemas de caldeira e geração de
vapor devido ao risco da formação de incrustações.
As espécies coloidais geralmente se compõem se sílica polimerizada com várias unidades de dióxido de silício ou sílica que formou ligações fracas com compostos orgânicos e/ou com substâncias inorgânicas,
normalmente compostos de alumínio e cálcio.
O ácido monosilicico atrai quatro moléculas de água adicionais, além dos dois que compõem parte da estrutura molecular no estado hidratado. Assim a sua estrutura contém um total de seis moléculas de água que,
provavelmente, desempenha um papel significativo no seu comportamento em processos de purificação de água como a osmose reversa.
A sílica também se encontrar em diversas formas cristalinas como o amorfa, quartzo, tridimita, critobalita , moganita, coesita e etc, sendo o quartzo e a amorfa as forma mais comuns.
As formas cristalinas são menos solúveis em água do que a sílica amorfa como pode ser vista na figura seguinte.
Independentemente de como a sílica esteja presente na água, ela não apresenta risco nenhum a saúde humana, não existindo restrições ao seu consumo seja na água ou em alimentos. Na forma sólida a sílica amorfa e
coloidal é utilizada em medicamentos e como aditivo em alimentos.
Para processos industriais de geração de vapor as restrições para a presença de sílica em água são muito rigorosas e para sua remoção da água se empregam os processos contínuos que utilizam resina de troca iônica
ou osmose reversa.
Caldeiras que alta pressão que operam entre 1500 a 2000 psi devem ter no máximo em sua água de alimentação 1 mg/L de sílica.
Sódio (Na) é o terceiro elemento do grupo 1 da tabela periódica, tem um número atômico de 11 e massa atômica de 22,99 e valência de 1.
A abundância média de Na na crosta da Terra é de 2,5%; em solos varia de 0,02 a 0,62%; em córregos é de 6,3 mg /L, em águas subterrâneas é geralmente >5 mg / L.
Sódio ocorre em silicatos e como depósitos de sal. Compostos de sódio são usados em muitas aplicações, incluindo soda cáustica, sal, fertilizantes e produtos químicos de tratamento de água.
Compostos de sódio são muito solúveis e podem atingir concentrações tão elevadas quanto 15000 mg /L em equilíbrio com bicarbonato de sódio.
A proporção de sódio em relação aos cátions totais é importante na agricultura e na fisiologia humana.
Permeabilidade do solo pode ser prejudicado por uma proporção elevada de sódio. É um elemento essencial as plantas, animais e ao homem que apresenta uma concentração média de 0,14% no seu corpo.
Em grandes concentrações pode afetar pessoas com dificuldades cardíacas. A concentração limitante de 2 a 3 mg /L é recomendado em alimentação de água destinada a caldeiras de alta pressão.
Quando necessário, o sódio pode ser removidos da água pelo processo de troca iônica, osmose reversa ou por destilação.
O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da Saúde é de 200 mg/L.
Tálio (Tl) é o quinto elemento do grupo 13 da tabela periódica. Possui número atômico de 81 e massa atômica de 204,38. Suas valências são 1 e 3.
A abundância média na crosta da Terra é de 500 ppb e nas águas subterrâneas é <0,1 mg / L. O metal ocorre principalmente associada a pirita.
Tálio é usado na produção de vidros e raticidas, em dispositivos fotoelétricos e em eletrodos para medidores de oxigênio dissolvido.
A espécie comum aquosa é Tl+. Não é essencial para plantas e animais, sendo seus compostos extremamente tóxicos.
No Brasil não existe regulamentação para o Tálio em água mas a EPA (USA) tem um limite máximo de 2 µg /L para a água potável.
Tantalio (Ta) é o terceiro elemento do Grupo 5 da tabela periódica, com número atômico de 73 e massa atômica de 180,95.
Suas valências são 3 e a mais comum 5.
A abundância média do Ta na crosta da Terra é de 1,7 ppm; e na água do mar é 0,002 ppb, em córregos e em águas subterrâneas sua concentração é extremamente é baixa devido a tendência que o metal tem de ser
hidrolisado em água para formar compostos insolúveis.
Espécies de Ta aquosas são normalmente insolúveis em águas naturais devido a hidrólise, como o Ta5+, que por ser um cátion muito ácido leva a formação de sais básicos e Ta(OH)5, espécies
altamente insolúveis, mas que podem ser complexadas em presença do ânion fluoreto formado fluortantalatos solúveis e não hidrolisáveis.
O elemento é comumente associado com os minerais de nióbio, estanho e terras-raras, principalmente formando o mineral tantalita. O tantalio é usado na fabricação de capacitores e tubos resistentes a corrosão de ácidos.
Não apresenta finalidade biológica em animais e plantas.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
Telúrio (Te) é o quarto elemento do grupo 16 da tabela periódica. Possui número atômico de 52 e massa atômica de 127,60.
Suas valências são 2, 4 e 6. A abundância média na crosta terrestre é de 0,002 ppm; em solos é 0,001 - 0,01 ppm, e nas águas subterrâneas é <0,1 mg / L.
Telúrio é encontrada em seu estado nativo e como telureto de ouro e outros metais. É usado em ligas, catalisadores, baterias e como um agente de coloração em vidro e cerâmica.
As espécies comuns aquoso é TeO32- (Telurito) e TeO42-(Telurato). O metal e seus compostos são tóxicos ao homem e animais, não sendo um elemento que tem funções biológicas.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
Térbio (Tb) é o 9º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 62 e massa atômica de 150,36.
Sua valência em meio aquoso é 3, podendo ocorrer no estado de oxidação 4 em compostos sólidos.
A abundância média do Tb na crosta da Terra é de 0,94 ppm; em córregos é de 0,008 µg/L(ppb); na água do mar é 0,00014 µg/L(ppb).
Não foi descoberto até o momento função biológica para o elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F]
suas principais fontes de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de lâmpadas, imãs e alto falantes. A solubilidade do Tb em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH > 5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são
extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido estes sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio. Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do Tb em solução é como Tb3+ (incolor).
As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena hidrólise do cátion dando precipitado de branco rosado de Tb(OH)3 em pH >7,
que se torna marrom por calcinação formado mistura de óxidos contendo Tb3+ e Tb4+ de fórmula (Tb4O7).
Não existe regulamentação para o Tb em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Titânio (Ti) é o primeiro elemento do Grupo 4 da tabela periódica, com número atômico de 22 e massa atômica de 47,87. Suas valência são 2, 3 e a mais comum é a 4.
A abundância média de Ti na crosta da Terra é de 0,6%; em solos é 1700-6600 ppm; em córregos é de 3 µg /L, e em águas subterrâneas sua concentração é extremamente baixa devido a tendência que o metal tem
de ser hidrolisado em água para formar compostos insolúveis.
O elemento é comumente associado com os minerais de ferro como a ilmenita. O titânio é usado em ligas para aviões, navios, equipamentos de manipulação de alimentos, pigmentos, aditivos alimentícios, tubulações
para líquidos corrosivos e próteses.
Espécies de titânio aquosas são normalmente insolúveis em águas naturais devido a hidrólise, como Ti4+, que por ser um cátion muito ácido leva a formação de sais básicos e Ti(OH)4, espécies
altamente insolúveis, mas que podem ser complexadas em presença ânion fluoreto formando fluortitanatos solúveis e não hidrolisáveis.
Não apresenta finalidade biológica, mas seus compostos não são tóxicos, sendo inclusive utilizados em medicamentos e alimentos, como sucos em pó. Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma
regulamentação internacional.
Tório (Th) é o primeiro elemento da série dos elementos actinídeos da tabela periódica, com um número atômico de 90 e massa atômica de 232,04. Sua valência é 4.
A abundância média na crosta terrestre é 8,1 ppm; em solos pode chegar a até 13 ppm; em córregos que é de 0,1 µg /L, e em águas subterrâneas é >0,1 mg / L.
O tório é um elemento radioativo, com o isótopo 232Th tendo uma meia-vida de 1,4 × 1010 anos. É amplamente distribuída na Terra, com o mineral monazita sua principal fonte de obtenção.
O Tório é usado na fabricação de eletrodos de solda, ligas metálicas, camisas incandescentes para lampiões a gás, reagentes de laboratório para análise de fluoreto e reatores nuclear.
A química aquosa de tório é controlado pelo íons Th4+ . Isótopos de tório oriundos de decaimento radioativo são perigosos quando inalados ou ingeridos como partículas de poeira de tório.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.
Térbio (Tm) é o 13º elemento da família dos elementos lantanídeos ou terras-raras da tabela periódica. Possui número atômico 69 e massa atômica de 168,93.
Sua valência em meio aquoso é 3, podendo ocorrer no estado de oxidação 4 em compostos sólidos.
A abundância média do Tm na crosta da Terra é de 0,45 ppm; em córregos é de 0,009 µg/L(ppb); na água do mar é 0,0002 µg/L(ppb). Não foi descoberto até o momento função biológica para o
elemento em animais e plantas.
Devido a similaridade química com os demais elementos do grupo, sempre ocorre associado nos seus minerais, sendo a areia monazítica [(Ce,La,Pr,Nd,Th,Y)PO4] e a bastnasita [(Ce,La,Y)CO3F]
suas principais fonte de obtenção.
Seus compostos são usados na fabricação de lâmpadas, granadas verdes e fibras óticas. A solubilidade do Tm em água natural é determinada pelo pH e presença dos ânions fosfato, carbonato e fluoreto.
Estes três ânions formam sais altamente insolúveis com todos os lantanídeos em pH >5, sendo inclusive insolúveis em meio básico, sem apresentarem tendências a formação de complexos.
Este é um dos principais motivos da formação geológica de depósitos minerais de fosfatos e carbonatos de lantanídeos. Em equilíbrio aquoso, com estes ânions em excesso, a concentração dos lantanídeos solúveis são
extremamente baixas, governadas pela constante de equilíbrios (Kp) dos respectivos sais.
Em meio ácido este sais possuem tendências a solubilização, comportamento parecido com os sais de cálcio. Também formam complexos estáveis com ligantes quelantes como o EDTA, NTA, CDTA, PDTA e DPTA.
A forma estável do Tm em solução é como Tm3+ (ligeriramente esverdeado). As soluções de sais derivados de ácidos fortes como cloreto, sulfato e nitrato são ligeiramente ácidas devido a uma pequena
hidrólise do cátion dando precipitado de branco esverdeado de Tm(OH)3 em pH >7.
Não existe regulamentação para o Tm em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
Tungstênio (W) é o 3º elemento do grupo 6 da tabela periódica, com um número atômico número 74 e massa atômica de 183,84.
Suas Valências são 2, 3, 4, e 6.
A abundância média de W na crosta da Terra é de 1,1 ppm; em córregos ela atinge cerca de 0,03 µg / L e na água do mar é 0,12 µg/L.
É encontrado em uma variedade de minerais, sendo o mais importante a scheelita [CaWO4] e na wolframita ( FeWO4/MnWO4).
O Tungstênio é usado na fabricação de eletrodos para solda, filamentos de lâmpadas, ferramentas e abrasivos (carbeto de tungstênio).
A forma dominante em águas é W6+ na forma do ânion tungstato (WO42-) que forma sais solúveis com amônio e metais alcalinos.
Com metais alcalinos terrosos, terras raras e demais metais forma sais insolúveis em água.
Os tungstatos não são completamente solúveis em ácidos, já que são atacados liberando o ácido tungstico (WO3.H2O) amarelo.
Apresenta finalidade biológica na formação de algumas enzimas oxido-redutases.
Não existe regulamentação para o W em água potável ou de lançamento em nenhuma legislação conhecida.
De urânio (U) é o terceiro elemento da série dos actinídeos da tabela periódica, tem número atômico de 92, massa atômica de 238,04 e valências de 3, 4 e 6.
A abundância média de U na crosta da Terra é de 2,3 ppm, em solos é de 1,8 ppm, em córregos é de 0,04 ppb.
Concentrações de urânio na água potável geralmente são expressos em termos de picocuries (pCi) por litro, mas que agora está sendo substituído por Becquerel por litro (Bq / L).
O fator de conversão aproximado, supondo equilíbrio entre 234U e 238U é que 1 µg de U equivale a 0,67 pCi.
A concentração média de urânio na água potável é de 1,8 pCi/L ou 3 µg/L .
O minério principal é uraninita, ou pechblenda, que é um uranato uranoso [U (UO4) 2].
O urânio é conhecido principalmente por seu uso na indústria nuclear, mas também tem sido usado para colorir vidros e cerâmica.
Compostos de urânio são radioativos e são portanto tóxicos por inalação e ingestão. Há três radioisótopos naturais de urânio. Urânio-238 tem uma meia-vida de 4,5 × 109 anos, representa 99% da abundância natural do
urânio, e não é físsil, mas pode ser usado para formar o plutônio-239, que é físsil.
Urânio-235 tem uma meia-vida de 7,1 × 108 anos, representa 0,75% da abundância natural de urânio, é facilmente fissionável e foi a fonte de energia nas bombas atômicas originais. O urânio-234 tem uma meia-vida
de 2,5 × 105 anos e representa apenas 0,006% de abundância natural do urânio.
As formas mais comuns em águas naturais são U4+ e UO22+ . Em águas naturais em pH abaixo de 5, UO22 + prevalece ; na faixa de pH de 5-10, complexos de carbonato
solúvel predominam.
No Brasil não existe regulamentação para o Urânio em água mas a EPA (USA) tem um limite máximo de 30 µg /L ou 20 pCi/L para a água potável.
Vanádio (V) é o primeiro elemento do grupo 5 da tabela periódica, com um número atômico número 23 e massa atômica de 50,94. Sua Valências são 2, 3, 4 e 5. A abundância média de V na crosta da Terra é de 136 ppm; em
solos que varia de 15 a 110 ppm, em córregos ela atinge cerca de 0,9 µg / L, e em águas subterrâneas é geralmente <0,1 mg / L.
Embora relativamente raro, vanádio é encontrado em uma variedade de minerais, sendo o mais importante a vanadinita [3Pb3(VO4)2.PbCl2]
Complexos de vanádio foram observados em depósitos de carvão e petróleo. Vanádio é usado em ligas de aço e como um catalisador na produção de ácido sulfúrico e borracha sintética.
A forma dominante em águas naturais é V5+. É associado com complexos orgânicos e é insolúvel em ambientes redutores. É considerado um elemento traço essencial aos animais, algas e microorganismos,
sendo encontrado nas ascídias (seringas do mar) na concentração de um milhão de vezes maior que na água do mar, indicando que estes animais concentram o vanádio.
No corpo humano sua concentração é de 30 µg/kg (ppb). Evidências de laboratório e epidemiológicas sugerem que o vanádio pode desempenhar um papel benéfico na prevenção de doenças cardíacas. No abastecimento de água
no Estado do Novo México, que tem uma baixa incidência de doença cardíaca, vanádio foi encontrado em concentrações de 20-150 µg/L .
Em um estado onde a incidência de doença cardíaca é alta, vanádio não foi encontrada no abastecimento de água. No entanto, a vanádio poeira de pentóxido causa distúrbios gastrointestinais e respiratórias.
A agência FAO da ONU recomendada nível máximo para as águas de irrigação é de 0,1 mg/L.
No Brasil não há regulamentação para o Vanádio em água potável.
Zinco (Zn) é o primeiro elemento do grupo 12 da tabela periódica, tendo número atômico de 30 e massa atômica de 65,38. Sua valência de 2.
A abundância média de Zn na crosta da Terra é de 76 ppm; em solos é 25-68 ppm; em córregos é de 20 µg /L, e em águas subterrâneas é <0,1 mg / L. A solubilidade do zinco é controlado em águas naturais por adsorção
em superfícies minerais, equilíbrio de carbonatos e os complexos orgânicos.
O zinco é usado em um número de ligas, como latão e bronze, em baterias, fungicidas, em medicina, pigmentos e revestimento protetor de corrosão em aço . O zinco é um elemento essencial para o crescimento de plantas e animais, mas em níveis elevados, é tóxico para algumas espécies da vida aquática.
Sua concentração média no corpo humano é de 33 ppm. O zinco é o componente chave de muitas enzimas. O hormônio insulina contém zinco. A agência FAO da ONU recomendado para o zinco em águas de irrigação o
máximo de 2 mg /L.
Concentrações acima de 5 mg/L pode causar um gosto amargo e adstringente e uma opalescência em águas alcalinas. O zinco mais comumente entra no abastecimento doméstico de água devido a deterioração do ferro
galvanizado com zinco.
Em tais casos, chumbo e cádmio também podem estar presentes, porque são as impurezas do zinco usado na galvanização. Zinco na água também podem resultar da poluição de resíduos industriais.
O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da Saúde é no máximo 5mg/L.
O Zircônio (Zr) é o segundo elemento do grupo 4 da tabela periódica, com número atômico de 40 e massa atômica de 91,22. Suas valências são 2, 3 e a mais comum 4.
A abundância média do Zr na crosta da Terra é de 130 ppm; e na água do mar é 0,03 ppb, em córregos é de 3 ppb e em águas subterrâneas sua concentração é extremamente baixa devido a tendência que o metal tem de ser hidrolisado em água para formar compostos insolúveis.
Espécies de Zr aquosas são normalmente insolúveis em águas naturais devido a hidrólise, como o Zr4+, que por ser um cátion muito ácido leva a formação de sais básicos e Zr(OH)4, espécies altamente insolúveis, mas que podem ser complexadas em presença do ânion fluoreto formado fluorzirconatos solúveis e não hidrolisáveis.
O elemento é comumente encontrado como o zircão (ZrSiO4). O zircônio é usado na fabricação de ligas metálicas, em reatores nucleares, cerâmica, abrasivos e gemas sintéticas.
Zircônio não tem finalidade biológica conhecida e os seus compostos são de baixa toxicidade. O corpo humano contém, em média 50 ppb e sua ingestão é de aproximadamente 50 µg por dia.
O conteúdo de zircônio no sangue humano é aproximadamente 10 ppb. Plantas aquáticas absorvem a zircônio solúvel, mas é raro em plantas terrestres.
Cerca de 70% das plantas não têm conteúdo detectáveis de zircônio, e aquelas que possuem apresentam menos que 5 ppb.
Não se conhecem limites máximos em água para o elemento em nenhuma regulamentação internacional.