O nome deriva do Planeta Urânio. Foi descoberto por M.H. Klaproth em 1789 em Berlim e isolado por E.M. Peligot em Paris em 1842, por redução do tetracloreto de urânio anidro (UCl4) com potássio. Atualmente é obtido pela redução dos haletos com metais alcalinos. Também pode ser obtido pela redução do U3O8 com Ca, Al ou carbono. É um metal pesado, branco prateado, pirofórico quando em pó. Atacado por ácidos e resistente a bases. Seu isótopo de meia vida mais estável é o U-238 com meia vida de 4.51 x 109 anos. O urânio natural é fracamente radioativo.
O urânio é o último elemento químico natural da tabela periódica. É o átomo com o núcleo mais pesado que existe naturalmente na Terra: contem 92 prótons e 135 a 148 nêutrons.
Quando puro, é um sólido, metálico e radioativo, muito duro e denso, de aspecto cinza à branco prateado, muito semelhante a coloração do níquel.
Antes do advento da energia nuclear, o urânio tinha um leque de aplicações muito reduzido. Era utilizado em fotografia e nas indústrias de cabedal (fabricação de peças de couro e
sola) e de madeira. Os seus compostos usavam-se como corantes e mordentes (fixadores de cor) para a seda e a lã.
No entanto, a aplicação mais importante do urânio é a energética. Com este fim, utilizam-se apenas três isótopos do elemento (U-234, U-235 e U-238), com mecanismos de reação
ligeiramente diferentes, embora o mais utilizado seja o U-235. Na produção de energia nuclear há uma reação de fissão auto-sustentada, que ocorre em um reator, normalmente imerso
num tanque com uma substância moderadora e refrigerante - água. A água é aquecida e vaporizada pelo reator, passando em seguida por turbinas que acionam geradores, para assim
produzir energia elétrica.
Os reatores nucleares de fissão podem ser bastante compactos, sendo utilizados na propulsão de submarinos, navios de guerra e em algumas sondas espaciais como as dos programas das
sondas Cassini-Huygens, Voyager e Pioneer, podendo utilizar outros radioisótopos como o Plutônio-239 em seus reatores de energia.
Por suas combinacões de alta dureza, alta densidade específica (17,3 g/cm3) e alto ponto de fusão (1132 ºC), o Urânio também é utilizado na fabricação de projéteis de armas de
fogo onde normalmente utiliza-se o chumbo, cujas características são: densidade específica de 11,3 g/cm3, baixa temperatura de fusão (327 ºC) e baixa dureza (1,5 na escala de Mohs).
A utilização do Urânio em projéteis de armas de fogo apresentam grandes vantagens técnicas em relação ao Chumbo mas expõe os soldados a um nível elevado de radiação.
O urânio produz envenenamento de baixa intensidade (inalação, ou absorção pela pele), produzindo também efeitos colaterais, tais como: náusea, dor de cabeça, vômito, diarréia e
queimaduras. Atinge o sistema linfático, sangue, ossos, rins e fígado.
Seu efeito no organismo é cumulativo (o que significa que o mineral, por não ser reconhecido pelo ser vivo, não é eliminado, sendo paulatinamente depositado, sobretudo nos ossos),
e a radiação assim exposta pode provocar o desenvolvimento de cânceres. Para os trabalhadores das minas, são freqüentes os casos de câncer no pulmão.
O uso de urânio empobrecido também é apontado como a possível causa da síndrome da Guerra do Golfo causando uma série de doenças registradas em soldados americanos e britânicos
que lutaram contra a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1991. Mais de dez mil veteranos daquela guerra tiveram doenças misteriosas.